Crescendo com a expansão da frota -

Crescendo com a expansão da frota

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Paulo Lira, gerente de Vendas Aftermarket América do Sul da Continental ContiTech, diz que mercado está aquecido em razão da chegada de mais veículos às oficinas e aponta caminhos para a evolução do varejo de autopeças

Claudio Milan

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Otimista com a provável retomada de investimentos no país a partir da efetivação do novo governo, Paulo Lira, gerente de Vendas Aftermarket América do Sul da Continental ContiTech, também mostra satisfação com o momento vivido pelo mercado de reposição. Segundo o executivo, a chegada ao aftermarket independente dos veículos fabricados nos últimos três anos tem provocado um forte aquecimento no setor. Em entrevista ao Novo Varejo, Lira também fala sobre inovação tecnológica e as ações necessárias para a adequação dos varejos de autopeças às novas tendências exigências do consumidor.

Novo VarejoQue avaliação a empresa faz do cenário político e econômico do Brasil?

Paulo Lira – Estamos otimistas, acreditamos que o novo governo vai alavancar a economia e trazer de volta o país para o lugar de onde ele nunca deveria ter saído. Haverá uma melhora com a retomada dos investimentos de fora e o empresário brasileiro vai poder voltar a investir com mais segurança. Acreditamos num cenário positivo daqui para frente.

 

NVA queda na rentabilidade de alguns elos da cadeia de negócios do setor é um problema anterior à crise. É possível recuperar margens no mercado de reposição?

PLÉ possível. Acredito que, mais do que nunca, toda a cadeia de distribuição está focada em ter uma rentabilidade satisfatória neste momento, uma vez que, devido ao atual cenário de crise na maior parte dos setores econômicos que o país atravessa, as empresas que não se atentarem para a recuperação de suas margens poderão ter sérios problemas para continuar operando de forma saudável.

NVComo está o mercado de reposição para os segmentos de produtos atendidos pela empresa?

PLPara a nossa empresa, o mercado de reposição encontra-se superaquecido, uma vez que estamos absorvendo a frota de veículos dos últimos três anos, que deixou de ser atendida pelas concessionárias. Somado a isto temos o atual cenário de queda nas vendas dos veículos 0 km, o que faz com que haja aumento na manutenção preventiva nas oficinas independentes.

NVQuais são as inovações tecnológicas trazidas ao mercado brasileiro pela Continental ContiTech?

PLO produto correia automotiva, especificamente, segue um roteiro até chegar ao mercado. Geralmente, as inovações tecnológicas de nossos produtos partem da necessidade das montadoras de atender aos mercados da Europa e Nafta para, depois, serem lançados nos demais mercados emergentes. Neste momento, já temos algumas correias que trabalham banhadas em óleo e que são desenvolvidas para substituir os veículos que utilizavam corrente em seu sistema de transmissão com os seguintes benefícios: menor nível de ruído, maior flexibilidade no circuito em comparação com as correntes, menor fricção e redução da emissão de CO2. Para esta tecnologia, já existem projetos sendo desenvolvidos pelas montadoras no Brasil e que futuramente devem utilizar este produto, que chegará ao mercado de reposição nos próximos anos.

NVComo preparar o mercado independente para a evolução tecnológica das peças e sistemas?

PLA Continental ContiTech desde seu lançamento no mercado de reposição, em 2002, tem ministrado quase que diariamente treinamentos técnicos para aplicadores, varejistas e equipes de vendas dos distribuidores. Estes treinamentos divulgam a qualidade e tecnologia de seus produtos, bem como antecipam as futuras inovações que deverão migrar da Europa e Nafta para o Brasil. Os treinamentos têm colaborado muito para a capacitação técnica dos aplicadores e a criação de uma cultura em todos os elos da cadeia de reposição para a venda e aplicação de produtos com qualidade original, inovação e tecnologia avançada. Anualmente, nossos Consultores Técnicos participam de um Technical Meeting, juntamente com os consultores técnicos de outros países em nossa matriz em Hannover, na Alemanha. A capacitação técnica é o melhor caminho para que a gente possa transferir o conhecimento sobre essas novas tecnologias e sua aplicação.
NVOutra tendência que se discute no mercado é o comércio eletrônico de autopeças. Qual é sua opinião sobre esse canal?

PLEste canal deverá crescer nos próximos anos e estamos atentos para oportunidades que já começam a surgir; porém, este deverá será um papel dos distribuidores e varejistas para que possamos manter fluxo normal da cadeia de distribuição da reposição. Mas a gente já tem alguns exemplos na Europa e nos Estados Unidos de plataformas operando e comercializando autopeças com resultados significativos. A tendência é que em algum momento isso vai vingar também no mercado brasileiro.


NVQue avaliação a empresa faz do atual estágio do varejo de autopeças brasileiro e de que forma o segmento precisa se adequar para manter sua importância estratégica no mercado?

PLNós vemos o atual estágio como satisfatório para o varejo com relação a vendas, porém, devido à crise que o país atravessa, há um risco enorme de inadimplência. Em minha opinião, os varejos já estão se adequando às tendências do mercado e buscando cada vez mais a profissionalização e capacitação de seus gestores e colaboradores, investindo em infraestrutura, tecnologia e agregando serviços. É claro que há lojas que ainda não aderiram a estas mudanças, mas já existem redes de distribuição, como Rede Ancora e Pit Stop, que têm desenvolvido programas voltados para a melhoria destes varejos oferecendo suporte, desde a modernização das lojas até a gestão financeira do negócio.

 


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