O setor industrial brasileiro iniciou o segundo trimestre com o crescimento mais intenso em quase três anos diante de um aumento acentuado na entrada de novos negócios em abril, alimentando a produção e a criação de empregos, mostrou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
O PMI da indústria brasileira, compilado pela S&P Global, disparou a 55,9 em abril, de 53,6 em março, marcando a melhora mais forte das condições operacionais desde julho de 2021. Resultado acima de 50 indica expansão da atividade.
A pesquisa divulgada nesta quinta-feira aponta que a melhora do indicador deveu-se ao impacto positivo da demanda em medidas como vendas, produção, emprego e estoques de compras.
As novas encomendas aumentaram em abril pelo quarto mês seguido, e no ritmo mais intenso em quase três anos, levando ao maior aumento da produção desde o final de 2020.
Ao mesmo tempo, as novas encomendas de exportação voltaram a crescer depois de 25 meses de retração, ainda que a expansão tenha sido apenas marginal. Os entrevistados citaram vendas maiores para Ásia, Europa, América Latina e Estados Unidos.
A necessidade de aumentar a capacidade levou os produtores brasileiros a ampliar o número de funcionários no ritmo mais rápido em 21 meses.
O fortalecimento da confiança em relação às perspectivas para a produção também alimentou o crescimento do emprego. A melhora da demanda, investimentos em capacidade, a redução dos juros e a diversificação da produção elevaram o otimismo para o maior nível em três meses.
Mas ao mesmo tempo a demanda aquecida exerceu pressão sobre as cadeias de oferta e elevou a inflação. Tanto os custos de insumos quanto os preços cobrados subiram no ritmo mais forte desde agosto de 2022. Os fabricantes destacaram aumentos nos custos de commodities e de transporte, junto com a escassez de certos insumos.