Dia Internacional da Mulher: empoderamento feminino no segmento automotivo -

Dia Internacional da Mulher: empoderamento feminino no segmento automotivo

Por Julia Pessoa ([email protected])

A presença da mulher no mercado de trabalho brasileiro tem conquistado cada vez mais destaque, principalmente nos últimos anos. Segundo os dados do Ministério do Trabalho – e baseados em pesquisas do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) – em 2007 a participação feminina representava 40,8% do mercado de trabalho formal. Já em 2016, esse número se elevou para 44%. Afinal, o mundo está mudando e evoluindo. E o segmento automotivo não poderia deixar de acompanhar essa evolução.

Em 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Para comemorar, o Novo Varejo conversou com diversas protagonistas do setor automotivo e elas deram uma verdadeira aula. Contaram sobre o ambiente profissional, o que significa ser mulher estando inserida em um setor que é predominantemente formado por homens e ainda deram dicas de como obter sucesso na carreira. Conheça as profissionais e confira a entrevista abaixo:

Adriana Samuleswki: Eu já trabalho há uns bons anos no segmento automotivo e gosto muito. Apesar da predominância masculina, eu me sinto muito à vontade aqui. Independente do segmento que as mulheres estejam inseridas é preciso se destacar e conquistar seu espaço.

Amelie Marietto: Acredito que este posicionamento está mudando bastante. Nós, mulheres, somos tão qualificadas quanto os homens e estamos conquistando diversas vitórias em inúmeras áreas, não somente no segmento automotivo.

Ana Paula Cassorla: Atuo no segmento de reposição de autopeças há 25 anos, ou seja, já estou bastante acostumada e ambientada com este segmento onde se predomina a participação masculina.  Na verdade, quase nem me lembro deste detalhe.  No início eu tinha muita insegurança, por ser mulher, por ter pouca experiência, mas com o tempo fui me desenvolvendo, as pessoas foram me conhecendo melhor e aos poucos fui conquistando meu espaço e o respeito como executiva do segmento. Gosto muito de trabalhar no segmento automotivo e me sinto realizada e parte deste importante setor da economia brasileira.

Bruna Meda: Lembro que há 8 anos quando ingressei no mercado automotivo, uma das perguntas feitas durante minha entrevista: “Como você vai lidar com o fato de ser minoria atuando em um segmento predominantemente masculino?”. Respondi que realmente seria desafiador, mas seria o momento para enfrentar com postura e desenvolver um perfil profissional, quebrando os paradigmas que nosso mercado impõe, e acho que ser mulher no segmento automotivo é isso, mostrar a nossa capacidade e competência. A atuação feminina deve ser representada da mesma forma e importância que a masculina.

Camila Rocha: O segmento, de fato, ainda é muito masculino, mas uma mudança de cultura e aceitação nos últimos anos vem possibilitando que cada vez mais as mulheres ganhem destaque e assumam posições estratégicas. Temos como principal desafio a necessidade de provarmos constantemente nosso potencial e qualidade de entrega para que sejamos vistas em pé de igualdade. Entretanto, vale pontuar que a diferença dos gêneros tem uma vantagem, pois, como ambos possuem qualidades distintas, podemos mostrar um ponto de vista diferente ao mercado.

Christiane Verne: Significa que preciso levantar cedo todos os dias, deixar meus filhos na escola, correr para o trabalho e fazer o que qualquer profissional faz todos diariamente. Ou seja, não tem diferença sob o ponto de vista do trabalho. Já tenho mais de 20 anos no segmento automotivo que, sem dúvida, é um ramo predominantemente masculino. E, para estar inserida nele ou em qualquer outro, você precisa conhecer suas nuances e aprender a se posicionar dentro do contexto. Por exemplo, não sei falar de futebol, então nas conversas informais com clientes eles acabam tendo que falar de filhos e família.

Clarissa Vilasboas: Significa que estamos ganhando espaço e nos inserindo, cada vez mais, de forma digna, nos mais diversos setores da economia. Acompanho o trabalho de mulheres de diferentes áreas dentro do nosso segmento, e fico muito feliz e orgulhosa com a forma que nosso trabalho tem sido reconhecido e valorizado. Outra questão muito importante, e que vale a pena mencionar, é o aumento da presença feminina em cargos de liderança, apesar de ainda ser uma presença pequena, tem ganhado bastante destaque. Grandes empresas contam com mulheres em cargos importantes como gerente, diretora e até mesmo CEO.

Corina Caputto e Alessandra Baez Caputto: Significa transpor barreiras, superar aquilo que é esperado das mulheres, conquistar um novo espaço e lutar para evolução e crescimento dele. E, é claro, isso causa uma surpresa e admiração por ser algo inusitado.

Dirce Boer: Em todos os segmentos ocorreu uma grande mudança de mentalidade em relação às mulheres. Com o automotivo não foi diferente. Atualmente, somos respeitadas em nossas opiniões e decisões, pelo conhecimento que adquirimos e pela contribuição que demos ao longo dos anos para a evolução e o amadurecimento deste segmento. Os homens souberem compreender e passaram a acreditar na capacidade das mulheres de entender o mercado, de criar novas estratégias e, até, de estarem à frente dos negócios, inclusive como mecânicas profissionais.

Elaine Aparecida França: Significa igualdade de gêneros! Adoro trabalhar nesse segmento. Quando comecei há 16 anos, éramos poucas mulheres. Aprendi muito com os homens que convivi e agradeço a cada um pela paciência de terem me ensinado já que nosso setor é muito técnico.

Fernanda Giacon: De fato o segmento automotivo é predominantemente formado por homens, assim, ter a oportunidade de mostrar o potencial da mulher, de que o gênero não determina e em nada tem a ver com competência é um privilégio e uma grande responsabilidade. Recentemente muitos dados sobre a participação da mulher no setor automotivo, especialmente nas posições de liderança foram publicados e vem sendo debatidos, acredito que este é um dos passos importantes para entendermos que a diversidade é positiva para as organizações e que a mulher possui habilidades que contribuem para o sucesso das empresas.

Fernanda Rodrigues: Significa que devemos mostrar capacidade e estar muito bem informadas sobre o mercado e os produtos comercializados, gerando confiança ao cliente.

Gisele Chiodi: Significa que as mulheres estão cada vez mais inseridas em todos os segmentos do mercado até mesmo aqueles considerados majoritariamente masculinos, o que comprova que competência e profissionalismo não tem gênero. Vale também pontuar que apesar de ainda sermos minoria é comum encontrarmos mulheres no ramo, inclusive em cargos de gestão.

Jane de Castro: É uma conquista toda nossa, que ainda não ganhamos, temos muito a crescer, a mostrar, a liderar, mas já iniciamos um movimento e cada vez que o respeito crescendo entre nossos colegas (homens) de segmento aumentando, só nos faz ter a certeza que estamos no lugar certo!

Marcia Helena Bonfim Carinhana: Estou há 18 anos no segmento automotivo e no inicio percebia que era muito mais fechado este setor. Com o passar do tempo, apresentando boas ideias, executando de forma eficaz os projetos consegui conquistar este espaço através da competência profissional.

Michele Ehret de Aveiro: Acredito ser uma grande conquista. Em um mercado predominantemente masculino, é possível encontrar excelentes profissionais no ramo, sejam homens ou mulheres. O que define a qualidade do profissional é gostar do que se faz e do comprometimento de cada um no segmento que atua. Não há nada que impeça mulheres de atuarem em segmentos até então vistos como “masculinos”. É uma quebra de paradigmas que considero muito importante no desenvolvimento comercial e profissional.

Mônica Cassaro: Penso que este tema hoje já está devidamente superado: Somos vistas como profissionais que somos.

Nathália Amorim: Entendo que o segmento automotivo vem mudando bastante e as mulheres ganham cada vez mais espaço, assim como em outras áreas. Poderia ver como “mais uma conquista”, mas considero ser uma demonstração de competência e valorização independente de sexo. As mulheres estão cada vez mais preocupadas em estarem preparadas para grandes desafios, sejam eles quais forem.

Patrícia Bilisário: Para mim, ser uma mulher que atua profissionalmente no segmento automotivo tem mais de um significado, seguem alguns deles: vitória, superação, reconhecimento profissional e gratidão. Sinto-me grata e vitoriosa em ter o privilégio de trabalhar na área e no segmento pelos quais sou apaixonada. A superação é diária, pois é sabido por todos que o expediente de uma mulher não se encerra às 18 horas, no entanto, tudo vale a pena, quando alcançamos o reconhecimento profissional, sem dúvida, é a melhor homenagem.

Paula Skoretzky: Meu pai sempre trabalhou em montadora, eu cresci ouvindo muitas histórias de carro e sempre gostei do assunto. Adoro fazer parte desse mundo, acho que como mulheres, conseguimos nos diferenciar e derrubar alguns tabus, provando que mulher pode entender de carro sim!

Sabrina Carbone: Significa muito, nos dias de hoje. Nós, mulheres, ainda estamos abrindo o caminho para as mulheres que estão despontando neste mercado. Mas estamos deixando um legado, pois somos, nós, que estamos ganhando o respeito e a admiração dos homens que trabalham com a gente. Nosso mercado atua sob um certo conservadorismo em todos os patamares, mas tudo o que é novo vem aos poucos ganhando força, como a presença das mulheres que vêm se destacando e aumentando em quantidade em todos os elos da cadeia. E não é só isso, a era digital vem se infiltrando a cada dia, trazendo para o segmento uma nova forma de vender, ampliar, conquistar e negociar. A mulher é apenas mais um ponto a favor neste contexto.

Simone de Azevedo: No caso, para mim é SENSACIONAL, porque é uma grande oportunidade para podermos mostrar para o mercado e para o mundo que preconceitos e paradigmas podem ser quebrados, inclusive com muito sucesso. Então para mim é extraordinário ter a oportunidade de trabalhar no seguimento automotivo, principalmente porque independente de sermos homens ou mulheres, antes de tudo, somos profissionais, seres humanos e quando a gente se dedica e entrega nosso melhor, o gênero praticamente desaparece, então, novamente, é sensacional.

Simône Cássia Gonçalves: Observo que a participação masculina neste setor é tradicionalmente majoritária, mas percebo uma evolução na participação de mulheres no segmento automotivo. Estou no Grupo Real há mais de uma década e constato um aumento significativo na quantidade de mulheres contratadas, inclusive aptas a assumirem posições de liderança na empresa. O movimento de inclusão de mulheres na área comercial é notoriamente crescente, pois são atenciosas e capazes tanto quanto os homens.

Simone Minhoto Queiroz: Há 11 anos, quando iniciei no segmento, podemos dizer que as coisas eram “bem piores” em relação ao machismo. Hoje, gradativamente, essas diferenças vêm se encurtando bastante! Todos temos capacidade igualmente! Me sinto orgulhosa de ter atravessado tantas barreiras e ter almejado crescimento pela minha capacidade profissional. O que significa ser Mulher num segmento (ainda) predominante de homens? Significa “sexo não define competência”! E essa  consciência começa pela gestão das empresas, suas filosofias, suas atitudes! Todos devem ser tratados de forma igualitária, com respeito!

Talita Forte: Um avanço para nossa história, pois estar inserida em um meio predominado por homens é uma grande desafio.

Thuanney dos Santos de Castro: Ser mulher no mercado de reparação automotiva é uma força vital múltipla, Energia, inteligência, coragem, medo, sensibilidade e vontade de seguir em frente estão presentes no mundo feminino ainda mais quando o setor onde atuamos é predominante por homens.  É um orgulho para mim, ver mulheres crescendo nesse setor, mostra que o preconceito vem diminuindo, indústrias hoje quando vão fazer um processo seletivo não vê mais o gênero e sim o potencial da pessoa.

Adriana Samuleswki: Sim, já senti.  Mas eu acredito que se pretendemos nos destacar profissionalmente não devemos deixar que tal fato seja relevante para nós. Temos que levantar a cabeça, trabalhar com mais afinco e mostrar o quão capazes nós somos. Quando isso aconteceu comigo, agi desta forma e acabei conquistando o respeito do qual eu e todas as mulheres merecemos!

Amelie Marietto: Não lidei.

Ana Paula Cassorla: Não me lembro de nenhuma passagem importante que tenha me marcado, alguns comentários infelizes, inoportunos, brincadeiras com duplo sentido, mas nada grave. Particularmente acredito que a postura da mulher como profissional é decisiva nestes casos. Sou mulher e trato tanto com profissionais homens quanto mulheres e sempre procuro ser transparente, clara, expor meus argumentos e pratico a empatia, tento me colocar no lugar do outro e sempre com respeito ao outro. Mesmo os mais engraçadinhos, mais ousados, percebem  quando a mulher atua de forma profissional, com segurança , firme, focada e com interesse em desenvolver um bom trabalho. Atuando assim não vejo grandes problemas para as mulheres relacionados a machismo ou discriminação. Tenho grandes amigos no setor e sempre me senti respeitada.

Bruna Meda: Particularmente comigo não, mas a gente sabe que isso, infelizmente, existe na sociedade. Não é fácil lidar com situações machistas, por isso, é importante questionar, argumentar e provar o nosso valor em qualquer lugar e trabalho que exercemos, precisamos saber conduzir quando acontece para causar reflexões, tentando evitar que não se repita.

Camila Rocha: Atualmente, o ambiente de trabalho no ramo automotivo, bem como a sociedade em geral, ainda está em processo de mudanças. Por ter sido considerado um segmento masculino por muito tempo, a cultura desse setor se modifica mais lentamente devido aos hábitos praticados ao longo dos anos. Entretanto, já podemos observar alguns avanços, por exemplo, o aumento da porcentagem de mulheres em cargos de liderança e na indústria. Sempre que me deparo com uma manifestação de machismo procuro lidar mostrando profissionalismo e ética a fim de defender o meu espaço e também de outras mulheres.

Christiane Verne: Sim, no entanto, isso não é de fato algo que me abale. Pelo contrário, me incentiva a mostrar os resultados do meu trabalho.

Clarissa Vilasboas: Sempre fui muito respeitada por todos, dentro e fora da empresa. Mas temos que saber nos posicionar para que situações desagradáveis não ocorram. Sabemos que esse tipo de manifestação ainda ocorre e não é somente em nosso segmento, o importante é lidar com isso da forma correta: encarar os fatos e tomar as medidas cabíveis. Não podemos, jamais, permitir qualquer ato de desrespeito ou discriminação.

Corina Caputto e Alessandra Baez Caputto: O machismo ainda é uma realidade que atinge muitas mulheres no campo profissional. O segmento automotivo teve uma boa aceitação da entrada de mulheres para o setor. Então, não tivemos experiências com esse tipo de comportamento no ambiente de trabalho.

Dirce Boer: Não, nunca. O foco hoje está voltado para o sucesso daquilo que você realiza, e independe se você é homem ou mulher.

Elaine Aparecida França: Machismo é cultural, de tempos para cá que estamos mudando a forma de pensar. O importante é mostrar que você tem domínio do conteúdo e auxiliar seu cliente da melhor forma, conhecimento é a chave. E o homem, se confiar no seu trabalho é um excelente parceiro comercial, daí não existe sexismo.

Fernanda Giacon: Sim, principalmente quando discutimos a parte técnica dos produtos, não é difícil participar de discussões sobre a aplicação de um produto ou em uma palestra técnica e quando a mulher entra na conversa, os homens tentam “traduzir” as informações. Quando isso acontece, é importante mostrar que você já está familiarizado com aquele assunto e contribuir com a experiência que você possui.

Fernanda Rodrigues: Sim! Normalmente nos desafiam com perguntas capciosas, porém com a resposta certa, superamos e provamos o contrário de tudo isso!

Gisele Chiodi: Nunca precisei lidar com alguma situação de machismo e acredito que isso se deve por sempre ter trabalhado com profissionais que me respeitam independente de ser mulher, mas sim pela minha competência e postura no ambiente de trabalho. Na KS temos um ambiente muito sadio, de parceria e respeito, independente de gêneros.

Jane de Castro: Ah sim! Muitas vezes. Logo quando iniciei no segmento há 15 anos, o preconceito era imensamente maior, já chorei algumas vezes como acredito que muitas colegas do segmento também, ou por brincadeiras indelicadas, ou por ser julgada como não entendedora do assunto e tudo mais… o que pude fazer no momento foi respirar fundo, responder com mais entusiasmo, passando na verdade o know how que tinha e tenho, cortar sutilmente brincadeiras indesejadas e seguir em frente! Hoje posso dizer que consegui adquiri o respeito que tanto galguei lá atrás.

Marcia Helena Bonfim Carinhana: Não tive esta experiência.

Michele Ehret de Aveiro: Sim… mas felizmente, é uma minoria que ainda acredita que mulheres não são capazes de trabalhar no setor. A melhor forma de lidar com isso é não valorizar atitudes como essa, e fazer nosso trabalho da melhor forma possível. Não precisamos trabalhar bem para provar algo aos outros, mas sim, pois é o que se espera de bons profissionais.

Mônica Cassaro: Faz muito tempo e restrita a algumas regiões. Respondi apresentando meus currículos escolar e profissional. Simples assim.

Nathália Amorim: Por ser responsável por toda a América do Sul, vejo que não é uma exclusividade do Brasil, presenciamos mesmo que mais raramente, algumas desconfianças principalmente quando o assunto é técnico. Mais uma vez a importância do prepara em qualquer área de atuação. Quando você tem propriedade no assunto, qualquer desconfiança acaba. Então se vamos atuar em uma área que independentemente de gênero, exige um conhecimento mais técnico e profundo sobre os nossos produtos/serviços, preparo é fundamental.

Patrícia Bilisário: Provavelmente, mas sinceramente não me recordo. Creio que no mundo do trabalho a melhor maneira de lidar com qualquer tipo de preconceito é trabalhando com excelência, e isto, vale para homens e mulheres.

Paula Skoretzky: Já senti sim, no início da minha vida profissional. Trabalhava como auxiliar administrativo numa loja de automóveis. Os vendedores (todos homens) sempre achavam que eu só servia para os serviços de escritório e fazer café. Como lidei com isso? O dia que todos os vendedores estavam fora da loja, atendi um cliente e vendi um carro. Quando voltaram, ficaram indignados por eu ter feito eles perderem uma comissão e sem entender como uma “mulher de 20 anos” tinha conseguido argumentar a ponto de convencer e efetivar a venda de um carro. Eu me diverti.

Sabrina Carbone: Não posso falar que durante estas duas décadas e meia de trabalho profissional nunca tenha sofrido. Naturalmente, no meu caso, ainda tem o agravante de perfil inovador, combativo e de alta comunicabilidade. Ao longo desses anos tive que me desenvolver muito, ganhar muita força argumentativa, conhecimento, mostrar resultados consistentes e entender ao máximo meus clientes internos e externos. Quando esta chave mental de ouvir com verdadeira atenção e entregar resultados combinados virou, as relações transacionais melhoraram muito. Mas, isso não tem só a ver com algum tipo de machismo. Tem muito mais a ver com o saber respeitar os outros para ser respeitada. A empatia não depende de você ser homem ou mulher e sempre funciona para ambos os lados.

Simone de Azevedo: Na verdade eu não me lembro se já sofri, tenho a impressão que pode ser que sim, mas algo que deve ter sido muito discreto, mas como eu nunca dei energia para isso, acho tão maior o trabalho que desenvolvo, eu amo tanto o que faço que se eu sofri algum machismo, bullying, ou qualquer coisa que seja por ser mulher e estar no seguimento automotivo, que é dominantemente masculino, passou desapercebido, de verdade. Provavelmente deva ter, mas acredito que todos os preconceitos são muito mais de quem sofre, quem se enquadra nele, do que quem realmente o pratica, pois quem é preconceituoso está num estágio muito inferior intelecto e de respeito com o outro ser humano que deve ser ignorado quando é praticado, e como para mim, a razão e o propósito do meu trabalho é dedicação, foco e sempre entregar o extraordinário aos meus clientes, nunca tive problema com preconceito. A gente tem que se posicionar, eu sempre fui muito posicionada e acho que isso também ajudou.

Simône Cássia Gonçalves: Em um setor predominantemente masculino percebo gradativamente a desconstrução da ideia de afastar o público feminino do setor automotivo.  Este é um trabalho de todos: as mulheres se posicionarem perante esta situação e os homens fortalecerem essa ideia de igualdade. Acompanho que o cenário tem se alterado e as mulheres atualmente estão conseguindo mostrar as suas competências para este mercado onde a força física vem perdendo espaço para alguns comportamentos: resiliência, inteligência e equilíbrio emocional. Machismos ou pré-conceitos de qualquer forma, não combinam com o sucesso das organizações.

Simone Minhoto Queiroz: Sim! E por algumas vezes me senti péssima por não ter ido a fundo para que o autor fosse punido. Talvez por medo de ser julgada, por quem poderia me defender. Sabe o famoso “tem certeza que você não deu espaço para isso acontecer?” e alimentar ainda mais a situação certamente não era meu foco.  Mas, em várias oportunidades, você responde as “investidas” constrangendo o “autor” do ataque e focando no assunto profissional!

Talita Forte: Infelizmente ainda enfrentamos manifestações machistas, mas com educação e elegância procuramos sair ilesas desses fatos.

Thuanney dos Santos de Castro: Já senti no trabalho em campo, quando visitamos clientes na ponta muitos pensam que mulheres não entendem de peças automotivas, mas quando vamos ministrar uma palestra todos mudam de opinião. Para lidar com isso, procuro mostrar para as pessoas primeiro o meu conhecimento sobre o assunto e, além disso, estou aqui para ajuda-los  e eles também me ajudam muito  a cada dia aprendemos mais sobre o mercado com experiências dos clientes.

Adriana Samuleswki: Acreditar em si mesma, no seu potencial, capacitar-se e não ter receio de enfrentar os desafios. Acredito que essa é uma forma de conquistar o respeito nesse meio que é predominantemente masculino.

Amelie Marietto: Acredito que a principal mudança vem de nós mulheres acreditarmos na nossa capacidade e potencial e não focarmos nossa energia em situações que tiram o nosso foco. Perceber que tudo tem um potencial de melhoria e aprendizado e de evidenciar que somos sim muito capazes.

Ana Paula Cassorla: Como dica sugiro às minhas colegas que não desistam, que busquem desenvolvimento e crescimento no setor automotivo. Que busquem realizar seus sonhos pois temos grandes e excelentes empresas no setor automotivo e as mulheres têm se sobressaído como líderes e executivas. Somos poucas ainda, mas o mercado está aí aguardando as interessadas.

Bruna Meda: Houve aumento da presença feminina no segmento automotivo incluindo de consumidoras, mas ainda representamos em torno de 20% no mercado. Há um grande espaço para conquistar e o crescimento depende unicamente de nós e de nossa competência. Nosso esforço para quebrar barreiras deve ser constante e meu conselho hoje seria nunca duvidar do seu potencial, a atuação feminina é essencial para times de sucesso e contribui para o crescimento das organizações que dão espaço para liderança e posicionamento das mulheres.

Camila Rocha: As mulheres estão cada vez mais presentes no setor e acredito que muitas conquistas de hoje são frutos dos obstáculos enfrentados pelas gerações passadas, que abriram muitas portas para nós. A dica é as mulheres não terem medo de arriscar, pois assim poderão aprender cada vez mais, conseguirão alcançar novos desafios e estarão aptas a buscar novas oportunidades para crescerem e garantirem seu espaço.

Christiane Verne: Faça seu trabalho com profissionalismo, evite situações que possam te colocar em “saia justa”, use roupas que não chamem a atenção para você e fale com propriedade e segurança sobre seu trabalho.

Clarissa Vilasboas: Não permitir nenhum tipo de discriminação ou preconceito. A base para qualquer relação, seja no âmbito profissional ou pessoal, é o respeito. Não podemos, de forma alguma, nos sentir inferiores ou enfraquecidas por trabalhar em um segmento predominantemente masculino. Somos tão capazes quanto os homens e temos que aproveitar esse momento, onde a mulher está conquistando cada vez mais espaço, para mostrar o nosso valor.  

Corina Caputto e Alessandra Baez Caputto: O conselho é que elas estejam sempre antenadas com relação às novidades do setor e às novas tecnologias. Também é fortemente necessário buscar a melhor qualidade sempre. Além disso, é muito importante a colaboração e o respeito no dia a dia para que tudo se encaminhe da melhor forma.

Dirce Boer: Este mercado é bastante receptivo para receber e profissionalizar as mulheres em todas as áreas. Como exemplo temos a própria DMC, por onde passaram muitas mulheres que iniciaram no mercado automotivo e hoje ocupam cargos de liderança em fabricantes e distribuidores.

Elaine Aparecida França: Respeito, empatia e trabalho! Nosso mercado é excelente, tem muita gente boa, excelentes profissionais e parceiros, e nunca esquecer que o somos todos iguais perante a lei. Se sentir que está sendo depreciada ou assediada, procure ajuda. 

Fernanda Giacon: Independente da área de atuação, é importante estar preparada para as oportunidades que surgirem. Equilibrar todas as funções profissionais e pessoais não é tarefa fácil, mas é possível. Lutar pelos objetivos e mostrar que competência independe de gênero e que as mulheres podem sim trazer resultados, foco, com uma suavidade e um olhar além do papel. Certamente estamos caminhando para ampliar a participação feminina em nosso mercado e trazer mais igualdade para todos.

Fernanda Rodrigues: Ser profissional ético e idôneo, deixar uma boa impressão e simpatia é fundamental!

Gisele Chiodi: Comprometimento, conhecimento e postura profissional, para mim, são os três ingredientes básicos para conquistar o respeito aonde quer que esteja e nunca deixe de lado a intuição feminina, pois esse é o nosso grande diferencial.

Jane de Castro: Que insistam em aprender, em se especializar ainda mais, conhecimento hoje é tudo, é o que te faz permanecer no salto e crescer em meio as injustiças e preconceitos que vivemos ainda hoje. Insistam não somente no físico, mas no intelectual, vamos desmistificar aquela imagem do passado onde para estar no segmento tinha se que ter somente atributos físicos. O mundo evoluiu e o nosso segmento também!

Marcia Helena Bonfim Carinhana: Estude, pense fora da caixa, não tenha medo de se arriscar e se errar assuma o erro. São pequenas atitudes que podem fazer a diferença em qualquer segmento de atuação.

Michele Ehret de Aveiro: Que continuem se dedicando aos seus trabalhos e responsabilidades e sintam-se felizes pelo que realizam em seu dia a dia. A força das pessoas está na forma como cada pessoa encara seus desafios e o que faz com aquilo que lhes é apresentado.

Mônica Cassaro: Sejam competentes e para tanto se informem muito e sobre tudo. Informação, aliada à criatividade, é a chave do sucesso.

Nathália Amorim: Estar disponível para buscar constantemente novos conhecimentos. Seja através de pesquisas, com nossos amigos aplicadores e até às vezes, colocando um pouquinho a “mão na massa”. Como já mencionei anteriormente, preparo é fundamental para ambos os sexos e nada melhor do que o conhecimento/educação para acabar com qualquer preconceito.

Patrícia Bilisário: Meninas, é uma aventura trabalhar neste segmento, não se deixem abater por nenhuma dificuldade. Sei que os desafios são diários,  mas não é o gênero que determina a capacidade e a competência de uma pessoa. Assim como aprendemos muito com os profissionais homens deste segmento, tenho certeza de que eles também reconhecem a nossa contribuição para este mercado e não pretendem perdê-la. Contem comigo.

Paula Skoretzky: Como em qualquer outra profissão, os desafios existem, mas nossa postura diante do mercado tem que ser sempre de segurança. Se você gosta do que faz, tudo flui naturalmente, inclusive o conhecimento e a experiência que você adquire. A partir disso, todos vão te respeitar pela profissional que você é, independente se você é homem ou mulher.

Sabrina Carbone: Estudem, ganhem muito conhecimento, saibam defender suas ideias com empatia e sabedoria. Um bom profissional será sempre respeitado por mulheres e por homens. Lembrem-se sempre que. no final, todos querem chegar no resultado. No nosso mercado não é diferente e, aos poucos, os homens estão se acostumando com a nossa presença e também se adaptando à forma diferente que a mulher tem de trabalhar. Temos muito para contribuir.

Simone de Azevedo: Um conselho que eu dou, não só para minhas colegas de profissão, mas de modo geral para as pessoas que querem ter sucesso profissional é se posicionarem cada vez mais em suas carreiras, não deixe nunca de estudar, não deixe nunca de aprender. E aprender é mudar, se você não mudar sua atitude, não melhorar, você não aprendeu, só teve conhecimento, mas não utilizou. Então leia bons livros, esteja com pessoas melhores que você em todos os sentidos, para você subir sempre um degrau. Pense positivo, pense coisas boas, se conecte com tudo que há de melhor, pois isso te leva a um caminho, com certeza, de sucesso e como eu sempre digo: da entrega do extraordinário! Fazer o seu melhor tem que ser por prazer e a gente só faz nosso melhor por prazer, quando a gente tem amor e conexão com a vida profissional que a gente escolheu. Então fica meu conselho e sugestão, nunca deixe de aprender, treine até se tornar o melhor!

Simône Cássia Gonçalves: Primeiramente saliento a importância de estar preparada para as mudanças e quebra de paradigmas. No Grupo Real atendemos demandas dos nossos clientes oferecendo treinamentos técnicos comerciais específicos com informações sobre peças automotivas e dicas de vendas para o público feminino que compõem a força de trabalho destas empresas. É essencial se qualificar e se capacitar para desenvolver da melhor maneira o seu trabalho, com foco nas pessoas e nos resultados. A partir desses resultados todos acabam percebendo que independente de ser homem ou mulher o que importa é estar focado em entregar o seu melhor. Ressalto ainda a importância de se manter firme perante os desafios que surgirão, os obstáculos são grandes, as barreiras de entrada ainda existem, mas não há nada que uma mulher determinada não consiga superar.

Simone Minhoto Queiroz: Foquem no profissional, não se sintam menores do que ninguém. Denunciem se achar que algo passou dos limites! Nada devem constrangê-las num ambiente profissional, nem sexualmente e nem moralmente! Todos somos iguais, respeito acima de tudo! Qualquer mercado é mercado para uma MULHER!

Talita Forte: O caminho que nós mulheres ainda devemos percorrer dentro do meio automotivo é árduo, mas vamos continuar mostrando que somos capazes, enfrentando os desafios diários de nossa rotina. E cada mulher com sua história de vida serão nossas inspirações.

Thuanney dos Santos de Castro: Tenho dois conselhos para colegas de profissão:

1° Cultive relacionamentos e conexões –  O ambiente de trabalho é formado por setores, dentro desses setores temos pessoas que vamos conviver durante muito tempo e muitas horas do dia, é fundamental nutrir essas conexões, troca de experiências, alinhamento de metas, necessidades da empresa. Todos juntos alinhados o objetivo fica mais claro.

2º Busque aprimorar a sua formação – O desafio profissional nunca acaba, as empresas querem profissionais antenados as novidades do mercado. Não deixe de ler notícias do setor, fique alinhado com as novidades e tecnologias que estão por vir.


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