O ano de 1994 foi extremamente impactante para a sociedade brasileira. Em março, entrava em vigor a URV – Unidade Real de Valor, transição que levaria à moeda responsável por ancorar o plano que, finalmente, controlaria o até então invencível processo inflacionário que havia anos infelicitava o país. Em maio, perdíamos Ayrton Senna, um esportista talentoso, aguerrido e determinado que acabaria por se transformar num herói nacional ao desfilar com nossa bandeira mundo afora após suas emocionantes vitórias na Fórmula 1. E, em julho, recuperaríamos parte do orgulho perdido em Ímola com a conquista do tetracampeonato mundial pela Seleção Brasileira após uma longa espera de 24 anos desde o triunfo no México.
Todos estes eventos profundamente marcantes tiveram uma testemunha ocular da história: escondida em um bairro na região sudoeste da capital paulista, uma pequena editora travava dia após dia batalhas quixotescas para viabilizar a circulação mensal de seu modesto jornal criado para veicular anúncios de interesse dos varejistas de autopeças. Assim como Ayrton Senna, talento, garra e determinação fizeram com que essa editora não apenas vencesse as primeiras batalhas, mas chegasse tantas e tantas vezes à posição mais alta do pódio da comunicação deste aftermarket automotivo.
A editora hoje é história e a Novomeio se transformou num hub de mídia, um centro de inteligência que se ramifica em inúmeros produtos e serviços para o mercado automotivo. Confesso que escrever este texto é uma experiência bastante difícil tantas são as histórias que tenho para contar por ter, com muito orgulho, feito parte de 27 destes 30 anos. Mas talvez consiga resumir a Novomeio em duas palavras: novo meio.
Sim, porque foram nada menos que 30 anos criando novos meios para atender carências do setor, oferecer informações segmentadas de alto valor agregado, prestar serviços absolutamente inéditos e necessários, estabelecer canais de relacionamento entre todos os públicos de nossa cadeia de negócios e multiplicar tudo isso a partir de propostas cada vez mais surpreendentes.
E aqui é o momento de repetir um de nossos mantras preferidos: o novo não está apenas em nosso nome, faz parte de nosso DNA. Quer exemplos? Na reportagem especial que comemora esta trajetória recordamos 30 inovações que ilustram perfeitamente o conceito. Apenas 30, porque muitas ficaram de fora. Hoje, assim como em 1994, uma pequena empresa de comunicação continua enfrentando desafios para vencer suas batalhas quixotescas diárias – ah, talvez seja necessário explicar o trocadilho do título deste editorial: área de mancha é o espaço a ser preenchido com conteúdo em uma publicação impressa, algo que faz todo sentido para nossa rotina. Enfim, de certa forma somos o Don Quixote de La Área de Mancha. OK, reconheço que a tentação de ser infame é maior que meu juízo.
E vamos em frente. Novas batalhas nos esperam. Continuaremos firmes e fortes contando os anos. Contando fatos. Contando histórias. E, acima de tudo, contando com a sua atenção e audiência. Muito obrigado.
