O setor industrial brasileiro cresceu ao menor ritmo desde o início do ano em agosto, quando as empresas reduziram sua produção e novas contratações de pessoal em meio a uma desaceleração de novos negócios e aumentos dos preços de insumos.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da indústria brasileira, compilado pela S&P Global e divulgado nesta segunda-feira, ficou em 50,4 em agosto, indicando pelo oitavo mês seguido expansão da atividade, mas apenas um pouco acima da marca de 50,0 que indica estabilidade.
As indústrias reduziram sua produção pela primeira vez no ano no mês passado, ainda que modestamente, citando redução de vendas, enfraquecimento da demanda subjacente e aumento das pressões sobre os custos.
Agosto foi marcado por uma desaceleração do volume de novos negócios, que teve o menor crescimento em oito meses, e também das vendas internacionais.
A taxa de inflação do setor foi a mais alta em 29 meses, com o índice sazonalmente ajustado quase 14 pontos acima de sua média de longo prazo. As empresas relataram aumentos nos preços de produtos químicos, tecidos e alimentos, entre outros, que atribuíram com frequência à desvalorização do câmbio.
“As empresas esperam uma melhoria na taxa de câmbio do real em breve para ajudar a aliviar um pouco as pressões sobre os custos e levar a uma revitalização do crescimento nos próximos meses”, disse a diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna de Lima, em nota.
Apesar da perda de potência em agosto, as empresas monitoradas se mostraram mais otimistas com as perspectivas de produção para os 12 meses à frente, e o nível de confiança ficou bem acima da média de longo prazo.
Nesse contexto, a criação de vagas de trabalho no setor desacelerou no mês para o menor ritmo de alta do ano, mas ainda assim mostrou “ritmo sólido” de aumento, segundo a S&P Global.