Um dos empresários mais tradicionais do mercado de reposição do país, João Pelegrini – proprietário do Grupo Pelegrini, que possui atuação tanto no varejo, quanto na reparação – reforça que o fato do segmento da distribuição “vender para todo mundo” acabou fazendo com que a cadeia da reposição se tornasse uma espécie de “terra de ninguém”.
Para ele, tal cenário tem feito com que a maioria dos varejistas esteja sendo obrigada a se aventurar no âmbito da aplicação de peças. “O pensamento do varejista diante desse cenário é simples. Se ninguém me respeita, eu tenho que me virar para sobreviver”, coloca Pelegrini.
Apesar da alternativa ser cada vez mais colocada como uma tendência para a modernização do varejo, o empresário mineiro afirma que pelo fato de sua loja, a Casa do Chevrolet, ser segmentada na linha GM, isso facilita a preservação do modelo do negócio. “Eu já pensei mil vezes em colocar serviço na Casa do Chevrolet, mas cheguei à conclusão que não compensa. Temos a vantagem de vender produtos muito específicos, de modo que diversos mecânicos recorrem à nossa loja ao invés de buscar um distribuidor”, analisa Pelegrini. “Infelizmente a maioria dos varejos não possui, digamos, ‘esse luxo’. O mercado tem sido cruel e vai ser cada vez mais. Ou dá um jeito de passar a instalar os produtos que vende ou, infelizmente, vai ser empurrado para fora da competição pela mão invisível do mercado e do capitalismo. É uma situação sem volta”, conclui.
