Estudo aponta cenário favorável à reposição nos próximos anos -

Estudo aponta cenário favorável à reposição nos próximos anos

Pesquisa realizada pela consultoria McKinsey&Company mostra que o envelhecimento da frota num primeiro momento dará sustentação ao crescimento do aftermarket

 

Por Claudio Milan ([email protected])

O Brasil está saindo da maior crise econômica de sua história, período em que o mercado de reposição soube enfrentar as dificuldades e manteve-se relevante. Segundo dados do Sindipeças, o aftermarket foi o único segmento da atividade industrial de autopeças que só cresceu faturamento nos últimos cinco anos. Caminhamos para uma frota de 50 milhões de veículos. Tudo indica que a conjuntura será favorável. É hora de preparar os negócios para um novo momento que se aproxima.

Mas qual caminho seguir? As perspectivas do setor foram tratadas na edição 2018 do Seminário da Reposição Automotiva, promovido pelo Grupo de Manutenção Automotiva (GMA) e organizada pelo Grupo Photon. O evento foi realizado em 9 de outubro, na FecomercioSP, em São Paulo (SP), e procurou responder essa pergunta apresentando dados da pesquisa “Perspectiva sobre o mercado de reposição automotivo brasileiro”. O estudo foi elaborado pela consultoria McKinsey&Company, que ouviu mais de 20 especialistas na Europa e nos Estados Unidos, 750 proprietários de veículos, os principais formadores de opinião do Brasil e mais de 40 relatórios de indústrias e pesquisas das instituições.

De acordo com Bernardo Ferreira, associated partner da McKinsey&Company, são quatro as forças que impactam hoje e continuarão impactando daqui pra frente as receitas e os lucros da reposição. “A primeira é a transformação do cliente, que está se tornando mais digital e sofisticado. Está pedindo uma maneira diferente de se relacionar com seus prestadores de serviço e fornecedores de produtos. O segundo ponto são novos players, inclusive de outros segmentos. Outro fator é a onda de parcerias, consolidações e profissionalização – disso todo mundo tem orgulho, o que se discute é como fazer da melhor maneira. E, por último, ter o olhar um pouco mais amplo e pensar que está havendo muitas mudanças na mobilidade”. No final das contas, quem fizer direito a lição de casa terá bons resultados. De acordo com o estudo, o faturamento do setor pode alcançar R$ 120 bilhões até 2022, estimulado pela evolução da frota de veículos leves. Mas muita gente vai querer uma fatia desse bolo.

 

Veículos de 8 a 11 anos de idade sustentarão crescimento do mercado nos próximos anos

Apesar da crise enfrentada pelo Brasil, a frota manteve crescimento, ainda que em ritmo mais baixo. Segundo o estudo da McKinsey&Company, a expansão vai continuar nos próximos anos, mas o fator fundamental para o planejamento estratégico da reposição neste momento é como essa frota está ficando mais velha. Os índices de 42%, 48% e 63% na tabela abaixo representam o percentual dos carros com mais de oito anos de idade. “Vemos que em 2022 bem mais da metade da frota será de carros mais antigos, que têm uma necessidade diferente de manutenção e peças, e também um tipo de consumidor diferente. Isso leva à primeira das dicas sobre como você deve pensar seu negócio para os próximos cinco anos”, aconselha Bernardo Ferreira.

Mas é claro que o mercado não se sustenta apenas pelo envelhecimento da frota. O consultor lembra que em determinado momento esses veículos sairão das ruas. “Temos, portanto, outro desafio, que é saber o que vai acontecer daqui a 15 ou 20 anos. É importante que a recuperação do mercado de veículos novos continue em aceleração porque é ela, afinal, que vai fazer girar nossa roda de reposição”.


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