EXCLUSIVO: Distribuidores latino-americanos se reúnem em Buenos Aires para evento da TEMOT -

EXCLUSIVO: Distribuidores latino-americanos se reúnem em Buenos Aires para evento da TEMOT

Empresários da distribuição e executivos de fornecedores discutiram sobre mercado e negócios

Marcelo Gabriel*

Com o tema Stronger Together (ou mais fortes juntos, numa tradução livre), os dezesseis distribuidores acionistas da TEMOT, grupo internacional de negócios com sede na Alemanha, se reuniram entre os dias 10 e 11 de outubro em Buenos Aires para seu tradicional evento, que voltou a ser presencial depois de dois anos de pandemia.

Estiveram presentes distribuidores da Argentina, Bolivia, Brasil, Chile, Equador, Guyana, Paraguai, Peru e Uruguai. Dentro da programação estavam uma sessão plenária com palestras sobre o mercado e os direcionamentos da TEMOT globalmente e para a região.

Natalie D’Ascanio, responsável pelas operações da TEMOT na América Latina, e Fotios Katsardis, CEO da TEMOT, foram os anfitriões do evento, destacando a importância de todos os distribuidores acionistas estarem reunidos novamente em um evento presencial.

Rodolfo Cribelini, diretor da Promotive, apresentou na sessão plenária alguns dados sobre o tamanho do mercado sul-americano, tanto em relação à frota circulante quanto ao potencial de negócios existentes no mercado de reposição em cada país.

Cribelini destacou as especificidades da região, principalmente aquelas envolvendo o perfil distinto da frota circulante em cada país. Como exemplo trouxe dados do mercado peruano: dos dez veículos mais populares por lá, sete são de origem asiática, com destaque para Toyota, Kia, Hyundai e Nissan.

Outro ponto de destaque em sua apresentação, refletindo o que vivemos no Brasil, foi a ruptura na cadeia de distribuição com o ingresso de novos intermediários e um aumento da complexidade para a satisfação da necessidade do dono do carro.

Na sequência Danilo Fraga, diretor da Fraga Inteligência Automotiva e colunista do Novo Varejo Automotivo, apresentou um panorama sobre a digitalização do mercado de reposição, enfatizando que o caminho para este processo que é inevitável passa por planejamento, mas sujeito também a muitas tentativas e erros.

Em sua palestra, Fraga apontou que nem todos os projetos, produtos e soluções desenvolvidos pela Amazon foram bem-sucedidos, e que esta jornada da digitalização vai exigir algumas mudanças grandes na forma de pensar e fazer negócios.

Para Fraga assistiremos a coexistência de diferentes modelos de negócios digitais em nosso segmento, atendendo de formas diferentes, e complementares, as necessidades do mercado. Os produtos da cauda longa, ou curva C, são os mais fortes candidatos a terem um espaço garantido no comércio eletrônico de peças.

Citou pesquisa da McKinsey que ilustra o fim das empresas que não evoluírem na digitalização de seus processos, não necessariamente falando apenas de comércio eletrônico.

Fotios Katsardis, CEO da TEMOT e experiente executivo do mercado de reposição, apresentou um panorama mundial do grupo de negócios que impressionam: 101 acionistas, presentes em 101 países, responsáveis por aproximadamente 14,9 bilhões de dólares anualmente, com pouco mais de 80% dos acionistas operando com linha leve.

Na América do Sul contam atualmente como 16 distribuidores acionistas, sendo que no Brasil fazem parte do grupo de negócios Cobra, Pacaembu e Real, todos presentes no evento com seus principais executivos.

Pensando no futuro do mercado, Katsardis destacou que a Europa é um mercado saturado, com poucas oportunidades de crescimento, e que devemos assistir a China, os Estados Unidos e alguns países emergentes, como o Brasil, terem predominância nos interesses estratégicos de fabricantes e montadoras.

Enquanto os modelos de negócios atuais tentam se definir em termos das relações fornecedor-comprador, gerando siglas como B2B (business to business, ou de empresa para empresa) ou B2C (business to consumer, ou da empresa para o consumidor), Fotios avaliou que no futuro seremos B2E (business to everyone, ou das empresas para qualquer um), principalmente em função da presença digital que já temos atualmente, citando como exemplo os usos que fazemos dos smartphones.

Como tendência geral destacou a necessidade de um entendimento mais amplo do ecossistema em que estamos inseridos, com ênfase na sustentabilidade. Lembrou também da necessidade do engajamento de todos os agentes econômicos da cadeia de valor nas iniciativas do Right to Repair e do Righ to Connect (R2R2C), temas que você já viu nas páginas do Novo Varejo Automotivo e assistiu na A.TV.

Na segunda parte do evento os acionistas tiveram os encontros individuais com os fornecedores presentes, para discutir as estratégias de negócios e as oportunidades em cada país para os próximos anos.

* Marcelo Gabriel esteve em Buenos Aires a convite da TEMOT

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