Expositor na NRF 2022, Marcelo Tupan oferece experiência imersisva na feira em entrevista exclusiva -

Expositor na NRF 2022, Marcelo Tupan oferece experiência imersisva na feira em entrevista exclusiva

Executivo é COO da Tlantic, empresa especializada em processos e tecnologias voltadas a lojas de varejo dos mais diferentes portes

Lucas Torres [email protected]

Realizada na cidade de Nova Iorque entre os dias 18 e 20 de janeiro, a NRF BIG SHOW, evento realizado pela National Retail Federation, reuniu especialistas de todo o planeta na maior feira de varejo do mundo, trazendo cases para benchmark e novas tendências para o setor. Em 2022, temas ligados à tecnologia como o impacto da revolução do 5G e da chegada do metaverso na relação empresa-consumidor se somaram a reflexões sobre alterações mais sensíveis no comportamento social – como a necessidade de maior adesão às pautas de sustentabilidade e diversidade, para apontar caminhos sobre os quais os empresários devem trilhar suas trajetórias em um cenário pós-pandêmico.. Além da discussão dos trends, a feira possibilitou um intercâmbio entre empresas de tecnologia, fornecedores e varejistas, de modo a gerar negócios e parcerias entre nichos complementares. Entre as empresas habituadas a andar de mãos dadas com o varejo, a Tlantic, especializada em processos e tecnologias voltadas a lojas, foi uma das expositoras da NRF 2022. Na figura do seu COO, Marcelo Tupan, a empresa conversou com exclusividade com nossa reportagem e ofereceu detalhes que só quem esteve presente na feira conhece. É este conteúdo que vamos dividir com você a partir de agora

Novo Varejo – Uma feira como a NRF traz diversas tendências. Mas, se fosse para apontar apenas uma – aquela que você percebeu mais recorrente entre os painéis e discussões do público presente – qual seria? Marcelo Tupan – Acho que a discussão sobre como inovar no setor varejista é algo enraizado em todos nós, varejistas, fornecedores, especialistas. Porque podemos perceber hoje que inovar o setor, transformar de verdade a loja, tornou-se ainda mais desafiador. Creio que a base de todas as nossas conversas durante o evento, assim como as de alguns dos palestrantes que vi, estava mesmo nisso, em como, em tempos tão modernos, ainda inovar, surpreender. A resposta não é assim tão criativa: foco no que o cliente quer, sempre. Eu não poderia concordar mais. E, claro, muito se falou sobre os efeitos da pandemia para o varejo. Eu posso ressaltar temas macros para ficarem nas nossas mentes este ano como “metaverso”, “5G, “Inteligência Artificial e IoT” e, claro, a omnicanalidade.

NV – Antes visto como benchmark, o conceito de omnichannel – integração dos canais físico e digital – ainda segue sendo tratado como novidade ou já é tratado como atributo indispensável para as empresas varejistas?

MT – As fronteiras entre o comércio eletrônico e o físico estão cada vez mais atenuadas e já dão espaço ao chamado novo varejo. A Tlantic tem a missão de apoiar os varejistas na transformação das suas operações de loja e na comunicação digital e relacionamento com o cliente, ou seja, trabalhamos desde sempre, há mais de 15 anos, na conexão eficaz entre o físico e o digital. Posso dizer por isso que vimos esta mudança de perto, do omnichannel passar de “novidade” para uma estratégia essencial para transformar a loja e o negócio no varejo. E este é até hoje o ainda grande desafio para os varejistas. O omnichannel é mais importante do que nunca e a loja física precisa adaptar-se aos desafios da digitalização. Com as nossas soluções, entregamos eficiência, produtividade, rentabilidade e nível de serviço. A crise mundial vivida nos últimos tempos prova que o digital é um caminho sem retorno e que temos que estar preparados para dar respostas simples, rápidas e inovadoras.

NV – O conceito de metaverso e as moedas digitais teve espaço na feira? Com qual frequência ele apareceu? MT – Assim como a convergência entre o mundo físico e o virtual ganhou força e atraiu a curiosidade de muitas marcas e consumidores no último ano, o tema também foi bem abordado durante o evento. Isso porque a tendência de influenciadores virtuais abriu caminho para outras possibilidades no universo da realidade aumentada. O consumo através dos e-commerces foi potencializado durante a pandemia e tornou-se muito mais frequente e necessário, criando novos hábitos de compra, porém, engana-se aquele que pensa que o comércio físico não será mais tão importante. Muito se falou em como a indústria varejista precisará estar alinhada às expectativas e aos hábitos das novas gerações. Este é o principal ponto com o metaverso, o objetivo de tornar o comércio físico parte integrante de uma função com maior experiência sensorial de consumo, mantendo a força da loja física e defendendo a estratégia omnichannel.

NV – Traçando um paralelo entre o benchmark mundial apresentado na NRF e o cenário que observamos no Brasil, você acredita que estamos atualizados com os principais mercados do planeta ou ainda temos um caminho a percorrer até experimentar a realidade exposta na NRF?

MT – Independente de ser Brasil, Estados Unidos ou China, cada mercado apresenta suas especificidades, inclusive sob o ponto de vista legal e de evolução tecnológica, pois responde aos diferentes tipos de consumidores locais. Porém, vejo que a essência dos problemas e necessidades dos varejistas mantém-se seja qual for a geografia. Por exemplo, temos de concordar que o setor varejista tem um tipo de exigência na capital paulista e outro em uma cidade pequena de interior, certo? Podemos, no Brasil, não ter ainda tantos PDVs com self checkout como nos Estados Unidos, mas todo o processo de inovação é uma resposta aos clientes. É por isso que, no nosso caso, para garantirmos uma atuação internacional, as nossas soluções permitem, rapidamente, configurar as especificidades de cada país e, em especial, de cada varejista, qualquer que seja o hardware que a empresa utilize, se possui e-commerce ou não, etc. Os projetos de implementação e gestão de mudança são sempre realizados com equipes locais, da Tlantic ou de parceiros, para garantir a fácil adoção das soluções às práticas daquele mercado.

NV – Qual foi o espaço dedicado à pandemia da covid-19 na feira? O tema foi tratado como algo que ainda faz parte da realidade diária de varejistas e consumidores?

MT – O tema da pandemia esteve presente o tempo todo, na forma de evitarmos aglomerações, no grande espaço entre um estande e outro, nas máscaras, nos pontos de testagem do vírus. Se foi tratado como tema a ser considerado pelos varejistas no futuro? Eu não concordaria que foi. Acho que já estamos na fase de que aceitamos que é uma nova realidade e seguimos. Por isso, além, claro, do que víamos diariamente nas medidas de segurança, no evento, que estava bem mais vazio, eu diria que o tema não foi abordado como um ponto a ser tratado de forma diferente pelos varejistas. Nós todos inovamos e adotamos em pouco tempo, durante a pandemia, o que, normalmente, demoraria cinco anos. Reinventaram-se processos, otimizou-se a operação e promoveu-se a adaptação rápida, com implementação de inovação para superar este período, com base em tecnologia de ponta e eficiência de atendimento digital no processo de loja. Acho que agora será tudo uma continuação deste processo de adaptação, mas já com uma visão normalizada de tudo que aconteceu.

NV – Comparando o número de participantes de outras edições com a de 2022, como você classifica a presença do público?

MT – Houve um impacto claro da pandemia na edição deste ano. A Tlantic participa como expositora há mais de oito anos e o que vimos nesta edição foi mesmo uma redução para menos da metade do que costuma ser em volume de expositores e visitantes. Mas, embora o cenário tenha sido este, foi também a primeira vez que todos realmente conseguiram trocar conhecimento, debater, com mais calma e foco. Me parece que as pessoas tiveram mais tempo e foco durante as visitas aos estandes e nas sessões de conteúdos, estavam menos apressadas e mais conscientes do que procuravam.

NV – Quais são as principais ‘lições’ da NRF 2022 que vocês pretendem implementar na volta ao Brasil?

MT – Com certeza ouvimos sobre as dores dos nossos clientes e dos varejistas presentes. Mais do que participar das sessões de conteúdos, com renomados executivos do setor, claro, para nós o que mais importa é a troca de conhecimento ao vivo, com os varejistas brasileiros, de diferentes dimensões e setores, que expõem na prática o que vivem no varejo real. Neste caso, as nossas lições foram sempre ligadas ao omnichannel, à necessidade do varejista em equilibrar a inovação, digitalizar, mas ainda assim manter vivo o lado humano, a importância dos colaboradores. O que vamos seguir, para ser sincero, é a nossa linha atual de trabalho, que é focar em como responder às necessidades dos varejistas através da digitalização da loja, de forma a aumentar a eficiência operacional e a produtividade, otimizar custos, sempre acreditando na importância da loja física e em manter, em paralelo, a qualidade de vida dos colaboradores e o apoio à gestão.

NV – Por fim, uma curiosidade: em um mercado em que se fala muito sobre tecnologia, a necessidade crescente de acesso a equipamentos e soluções pode, de alguma forma, sufocar a pluralidade de pequenas e médias empresas que formam o ecossistema do varejo brasileiro?

MT – O que nós percebemos ao longo destes anos é que os desafios do varejo são praticamente os mesmos em qualquer lugar do mundo, e, em essência, permaneceram os mesmos ao longo do tempo, em especial se nos focarmos no centro da operação, a loja. Claro que o tamanho da loja, o local, o público-alvo, tudo varia muito. Entretanto, o que acreditamos na Tlantic é que tanto um varejista com uma loja como outro com uma


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