Fabricantes de autopeças iniciam 2018 com crescimento nas receitas

Pesquisa do Sindipeças aponta expansão de 25,1% em janeiro na comparação com dezembro de 2017

A Pesquisa Conjuntural, referente ao mês de janeiro de 2018, apontou crescimento do faturamento líquido dos fabricantes de autopeças de 25,1% frente ao mês de dezembro de 2017. Devido ao menor número de dias úteis no último mês do ano, alguma melhora nos indicadores de janeiro era esperada, porém, o crescimento em dois dígitos revelou excepcional dinamismo para o setor. Na comparação interanual, houve alta de 31,4%, reforçando o cenário de recuperação da indústria de autopeças no Brasil. Para a variação acumulada em 12 meses, o crescimento do faturamento atingiu 23,4%.

A performance demonstrada pela autopeças reflete, como sabemos, os bons números da indústria automobilística em 2017, que devem se repetir este ano. Vale notar que a produção automotiva encerrou o ano com expansão de 46,5% frente a 2016. Excetuando-se a fabricação de ônibus, que regrediu 6,4%, as demais categorias apresentaram incremento da produção em dois dígitos. Em janeiro, por seu turno, os primeiros resultados do setor não decepcionaram e trouxeram expressivas variações tanto na passagem mensal (janeiro/18 x dezembro/17) quanto na comparação em relação a igual mês do ano anterior.

As vendas para montadoras, principal destino de comercialização das autopeças (61% de participação) avançou 24,5% frente a dezembro. Na comparação interanual, houve acréscimo de 33,7% e no acumulado em 12 meses, 33,4%. Em outras palavras, isto significa que os fabricantes de autopeças faturaram, em média, cerca de 30% a mais em janeiro deste ano do que haviam faturado em igual mês do ano passado. O canal da reposição apresentou, por sua vez, crescimento de 27,8% na comparação mensal, 21,1% na passagem anual e 9,7% no acumulado em 12 meses. Este mercado, que vivenciou momento positivo nos anos de crise, tem preservado o crescimento, embora a taxas decrescentes devido ao aumento das negociações com veículos novos.

As vendas intrassetoriais tiveram crescimento da ordem de dois dígitos em todas as bases de comparação: 30,1% na comparação mensal, 25,4% na passagem interanual e 19,7% no acumulado em 12 meses. Já as exportações (em US$) revelaram avanço de 26,9% na comparação mensal e de 32,2% em termos interanuais, o que indica que o fator câmbio, por maior influência que exerça, não tem sido o único determinante para o crescimento das vendas ao exterior. O avanço sobre novos mercados tem sido decisivo também.

Em razão do menor número de dias úteis, o índice de utilização da capacidade instalada havia apresentado variação negativa em dezembro. Como esperado, o NUCI do setor voltou a crescer em janeiro, passando de 63% em dezembro para 67% no mês em tela. Note-se que esses resultados se perfilam com a geração de empregos no setor, cuja variação foi de 2,6% frente a dezembro/17. A comparação com janeiro/17 mostra que o número de empregados evoluiu 17% e na variação acumulada em 12 meses, 12%. A recuperação do mercado de trabalho é mais um elemento que permite identificar a retomada do setor.