O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) na cidade de São Paulo caiu 1,1% em março, registrando 73 pontos. A queda interrompe uma sequência de seis meses em alta e se justifica, principalmente, pela postura das pessoas em evitar o consumo neste momento. Tanto é que as variáveis que mais caíram dentro do indicador foram as de Nível de Consumo Atual (-2,2%) e Perspectiva de Consumo (-2,4%), além da queda da Renda Atual (-2,2%).
Em comparação a março de 2020, quando a pandemia chegava ao Brasil, o ICF atual está muito abaixo: -31,2% em relação àquele mês, quando estava em 106,2 pontos.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) aferiu uma queda ainda mais brusca: -2,9% entre fevereiro e março, fechando este mês em 112,9 pontos. A retração foi puxada principalmente pelo desempenho da variável Condições Econômicas Atuais, que ficou em 69,9 pontos – um patamar 4,2% menor do que o de fevereiro. Na comparação com março de 2020, o resultado é ainda pior: -35,8%, já que, naquele mês, estava em 108,8 pontos.
São dados que descrevem o momento das famílias em São Paulo: apreensivos, os consumidores temem perder o emprego, não enxergam melhora possível no horizonte próximo e ainda encontram preços cada vez mais altos quando vão às compras mais básicas. Este cenário não deverá ser modificado enquanto o auxílio emergencial não chegar – a primeira parcela, de R$ 250, deve ser paga em abril –, e as medidas de restrição da abertura de estabelecimentos e do isolamento social não forem amenizadas.