Por Claudio Milan
A indústria brasileira de autopeças ainda está em processo de recuperação após a grave crise econômica que reduziu a produção de veículos no país. Segundo Dan Ioschpe, o faturamento do setor deve atingir os 102 bilhões de reais este ano e 107 bilhões em 2020, o que representará um crescimento de 5%. “Chegamos ao piso dessa indústria em 2016 a partir da crise iniciada em 2014 que afetou muito o setor. Mas a boa notícia é que a gente está no terceiro ano de recuperação e antevendo o quarto ano de crescimento também”.
Em relação à participação do mercado de reposição neste bolo, Ioschpe mostrou no Fórum do IQA que a distribuição entre os diferentes canais segue relativamente estável. “A montadora é o principal negócio do setor e tem crescido porque a produção de veículos novos no Brasil seguiu em queda até 2016 e vem se recuperando. Da mesma forma, a reposição e a exportação vêm cumprindo o seu papel com volumes relevantes também”. Este ano, a reposição deve responder por 19,1% do faturamento das indústrias e autopeças, índice que, de acordo com as projeções do Sindipeças, subirá para 20,3% em 2020.
Uma das consequências desta expansão é a redução da capacidade ociosa no setor, que em 2016 chegou a 50% e agora está na casa dos 25%. “Constituímos no início da década uma capacidade para 5 milhões de veículos e suas autopeças. Em relação à produção de veículos, prevemos crescer cerca de 3% em 2019. Neste momento, estamos em cerca de 2%, já houve crescimento, mas o efeito Argentina tem trazido o índice para baixo. Mesmo assim, a expectativa é encerrar o ano com aproximadamente 2,966 milhões de veículos produzidos. Não é o número que se esperava no início do ano, mas é importante dizer que vamos completar o terceiro ano de crescimento. A notícia ruim é que estamos próximos de 3 milhões de veículos quando no período pré-crise estávamos em cerca de 3,8 milhões. Estamos supondo que vamos atingir esse número em 2024”, disse Dan Ioschpe.