Financiar necessitando definanciamento: será que a conta fecha? -

Financiar necessitando de
financiamento: será que a conta fecha?

Economista da FecomercioSP Kelly Carvalho, indica que, apesar da oferta de crédito ser uma estratégia muito importante para alavancar as vendas e fidelizar os clientes, é fundamental que o varejista se atente a alguns pontos para evitar inadimplência e prejuízos financeiros

Lucas Torres [email protected]

A diminuição do poder de compra das famílias brasileiras, originada – dentre outros motivos – pela forte pressão inflacionária dos últimos meses torna o papel de financiador do varejo ainda mais fundamental na sua relação com o consumidor final. Não por acaso, grandes varejistas como a Americanas, o Magalu e até mesmo supermercados como Carrefour, o Grupo Big e o Grupo Muffato criaram seus bancos digitais para servirem como alternativa de bancarização para seus consumidores. A recém surgida crise sistêmica no varejo, somada ao alto índice de inadimplência das famílias brasileiras, tem, porém, levantado questionamentos sobre a capacidade das empresas do setor seguirem atuando como ‘financiadores’, ao passo que, elas mesmas, têm mostrado necessidade de ter mais acesso ao crédito. Dentro deste contexto, a economista da FecomercioSP Kelly Carvalho, indica que, apesar da oferta de crédito ser uma estratégia muito importante para alavancar as vendas e fidelizar os clientes, é fundamental que o varejista se atente a alguns pontos para evitar inadimplência e prejuízos financeiros que possam comprometer o seu fluxo de caixa. Entre estes pontos, Kelly Carvalho destacou:

– A análise de crédito: antes de abrir uma conta na plataforma digital ou oferecer boletos, é importante que o varejista analise criteriosamente a situação financeira do cliente. Analisando seu histórico de crédito, seu score, a fonte de renda e outras questões como as despesas fixas do cliente.

– Estabelecer limites de crédito: ele deve ser estabelecido de acordo com a capacidade financeira e o histórico do consumidor. Isso vai evitar que o cliente se endivide além de suas possibilidades, diminuindo assim o risco do crédito.

– Definição de prazos de pagamento muito claros: para quem vende via boleto, sobretudo, é preciso que os prazos sejam realistas para que o cliente possa se programar financeiramente. É preciso dar transparência a questões como multas e juros a fim de incentivar o cliente a cumprir com suas obrigações. O tipo de produto e a capacidade financeira do cliente são dois balizadores importantes nesta definição.

– Identidade do cliente: o varejista deve se certificar que está lidando com a pessoa certa, verificando a identidade por meio da conferência de documentos como RG e CPF. Hoje, com o avanço tecnológico, os crimes de estelionato têm aumentado cada vez mais e demandam muita atenção. Corroborando a visão da economista da FecomercioSP, Claudio Felisoni fez um pedido por cautela por parte dos varejistas, alertando sobre os riscos envolvidos em se financiar uma venda sem estar devidamente preparado para tal. “É preciso dizer que nesses momentos em que o comprometimento da renda aumenta o processo de análise de crédito precisa ser mais rigoroso e não menos. Muitas grandes empresas de varejo quebraram exatamente seguindo essa rota. Exemplo: Arapuã”, complementou o dirigente do IBEVAR.


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