Fluxo de consumidores em lojas físicas cai 3% -

Fluxo de consumidores em lojas físicas cai 3%

Conforme dados do IPV, apenas lojistas de rua contaram com alta de 9% enquanto aquelas situadas em shopping tiveram resultado negativo de 5% durante o mês de maio

O período de Dia das Mães deste ano, que compreende sete dias até a data, registrou queda de 3%. Em relação ao fluxo de consumidores, a preferência foi pelas lojas de rua, que tiveram crescimento de 9%, enquanto o movimento nas lojas dentro de shopping caiu 5%.

Já na comparação com 2019, ano pré-pandemia, o fluxo de visitas em lojas físicas durante a semana das mães teve queda de 28% este ano.

“Sobre o Dia das Mães, a queda pode estar relacionada ao aumento das vendas online deste ano. E, ao contrário da análise geral, em que a data ainda segue abaixo do período pré-pandemia, apesar do fluxo total em maio ter caído, os números das pesquisas ao longo dos últimos meses revelam a volta gradual do setor aos patamares antes do coronavírus”, explica o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira.

Dados gerais

Em relação ao mês como um todo, o fluxo geral de visitantes em lojas físicas também caiu 3% em maio de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. Desde abril os resultados vêm apontando suaves retrações.

No levantamento geral mensal sobre lojas de rua, foi registrada alta de 8%, e os estabelecimentos situados em shopping tiveram queda de 4%. Já os próprios shopping centers registraram alta de 8% na comparação com maio do ano passado.

Na análise regional, a queda no fluxo de visitação em lojas físicas (-3%), foi disseminada entre as regiões, com apenas o Centro-Oeste contando com alta (12%). O resultado negativo tem como destaque o Sul (-6%) e Sudeste (-4%).

Os dados são da pesquisa IPV (Índice de Performance do Varejo), organizada pelo venture capital HiPartners Capital & Work, em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).

A quantidade de boletos contou com alta de 5% para lojas físicas, frente ao mesmo mês do ano anterior. A alta para lojas de rua foi de 11%, enquanto lojistas de shopping também sentiram retração de 5%. Já pela visão do faturamento, houve variação de 11%, 17% e -3%, respectivamente. Por sua vez, o ticket médio nominal subiu 5% para lojas físicas no geral, com alta distribuída entre 5% e 1% para lojas físicas de rua e de shopping, respectivamente.

Em relação ao volume de vendas, o movimento de alta (5%) para o Brasil foi generalizado entre as regiões. O destaque positivo foi o Nordeste (9%), seguido de perto pelo Sul (9%) e Centro-Oeste (8%). Sobre o faturamento nominal, a maior alta também foi no Nordeste (15%), seguido pelo Sul (13%).

Entre os segmentos, o fluxo de visitação contou com queda em três dos cinco setores analisados. O destaque positivo foi a categoria de “artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos”, com alta de 31%. “Móveis e eletrodomésticos” teve a segunda maior alta (5%) e vale destacar que foi o mesmo a apresentar a maior queda no relatório do mês passado, na mesma base de comparação. Em maio, “Livros, jornais, revistas e papelaria” recuou 12%, após registrar a maior alta no relatório anterior.

Apesar da redução, os últimos meses vêm consolidando a retomada do setor pós-pandemia, mas o retorno da mobilidade urbana em progresso no ano passado puxou a base de comparação para cima, o que explica, em partes, o número para este mês. Em janeiro, o volume de vendas avançou fortemente no varejo restrito (3,8%), a maior alta para o mês de toda a série histórica, iniciada em 2000.

Os dados são provenientes das empresas FX Data Intelligence, plataforma de monitoramento da jornada do consumidor e do desempenho da operação no varejo físico e F360°, plataforma de gestão financeira para pequenos e médios varejistas – ambas investidas da HiPartners. 

O estudo é chancelado pela 4intelligence, empresa que desenvolve plataformas de inteligência para o mercado B2B e que também é responsável pela metodologia das análises, garantindo mais equilíbrio ao estudo e agregando outros índices para ratificar a sinergia com distintos benchmarks do mercado, como a PMC (Pesquisa Mensal de Comércio).

“O ano de 2023 vem trazendo, paliativamente, resultados para o varejo pós pandemia. Mas, as variações positivas ainda são vistas de maneira isolada no caso de algumas regiões ou segmentos. O setor como um todo tem focado em rentabilidade em tempos de grandes desafios macroeconômicos e políticos”, afirma Flávia Pini, sócia da HiPartners.

Eduardo Terra, presidente da SBVC, observa que “Eduardo Terra, presidente da SBVC, observa que “ainda que a inflação tenha retraído e as projeções do PIB sejam mais positivas, enfrentamos um cenário desafiador por conta das altas taxas de juros e da confiança do consumidor e dos empresários em queda. As operações de varejo estão cada vez mais rigorosas nos custos e focadas em resultado para enfrentar um 2023 que não tem sido fácil”.

Confira outros destaques do levantamento do IPV em fevereiro de 2023:

●     O índice Cesta Básica no E-Commerce (ICB-COM) teve queda de 4,3% em relação a maio de 2022. Na variação mensal, houve alta de 6,5%.

●     No fluxo de vendas, a região Nordeste teve o maior aumento, com salto de 9%.

●     Sobre o faturamento nominal, o Nordeste também se destacou, com aumento de 15%.

●     O fluxo em Shopping Centers foi 8% maior do que em maio de 2022, apesar das lojas situadas dentro deles terem tido recuo de 4% no período.


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