Ninguém discute que o principal ganho com a Inspeção Técnica Veicular é a redução do número de acidentes e, em consequência, do número de vítimas fatais ou não. Esse é o argumento primordial para a implantação do programa.
Porém, uma série de benefícios para a economia precisa ser considerada. Além dos já descritos – como queda nos gastos com internação e consumo de combustível, entre outros – a geração de empregos é conquista das mais relevantes. E ela se dá em diferentes setores.
No que concerne ao mercado de reposição automotiva, o crescimento na demanda por manutenção movimenta todos os elos da cadeia na medida em que aumenta o volume de peças comercializadas e os serviços realizados. Nas oficinas, o aumento pode ser mensurado por ocasião da implantação da inspeção ambiental, extinta pelo então prefeito Fernando Haddad. “Quando veio a inspeção na capital paulista as oficinas tiveram um acréscimo de movimento da ordem de 20%”, diz Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP e do Sindirepa Nacional.
Outro setor que certamente abriria postos de trabalho com a ITV é representado pelas próprias empresas responsáveis pela realização das vitorias. “Um programa como esse representa mais ou menos 7 mil estações de inspeção no Brasil, com investimento de 1 bilhão de reais”, traduz em números Mario Maurício, presidente da Abritev.
E, num segundo momento, na medida em que os carros sem condições fossem retirados de circulação a ITV daria origem a um programa de renovação de frota. “A inspeção é chave para minimizar questões como o impacto social de uma frota que não esta devidamente mantida e as questões ambientais. E, inclusive, para darmos um passo subsequente, que é o programa de renovação de frota, que faria sentido após a existência por algum tempo da ITV. Nossa posição é que a inspeção deve ser nacional, abrangendo todo o país, se não ao mesmo tempo, no curto prazo”, diz Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças.