Governo argentino eleva impostos sobre os preços dos veículos

Estamos a poucos dias de setembro e o governo argentino soltou uma bomba para o mercado automotivo local. A Administración Federal de Ingresos Publicos (AFIP), responsável pela arrecadação de impostos na Argentina, publicou uma nova escala de taxas internas, que serão válidas de setembro até 30 de novembro. Este tributo, conhecido como “imposto de luxo”, na prática, afeta cada vez mais carros 0 km do mercado vizinho.

A partir de 1º de setembro, todos os carros que custam mais de 3.552.227 pesos (R$ 132.452) antes dos outros impostos e comissões dos concessionários, pagarão mais taxas. Em outras palavras, impacta modelos que custam mais de 5.050.000 pesos (R$ 188.300), variando de acordo com cada marca.

A seguda escala de impostos afetará os carros que custa mais de 6.557.959 pesos (R$ 244.528), novamente, antes dos outros tributos e comissões. São aqueles que, no preso oficial, passam de 9,3 milhões de pesos (R$ 346.771).

A escassez de carros 0 km, causada pelas restrições de acesso ao dólar e os obstáculos nas importações, junto com estes impostos cada vez maiores, são responsáveis pelo fato de que, na vida real, a tabela de preços oficial das fabricantes é fictícia. A realidade é que os valores estão bem distorcidos e ágio é algo comum nas lojas, subindo muito desde agosto.

De acordo com o jornal Ámbito Financiero, pelo método de cálculo do imposto, os carros acima dos 5.050.00 pesos pagarão o equivalente a uma alíquota de 20%, o que é equivalente a um aumento de preço apoximadamente 25%. Isto faria com que ficassem totalmente inacessíveis, motivo pelo qual as fabricantes estão tentando deixar os carros 0 km abaixo do limite, para evitar pagar a sobretaxa. Por outro lado, ou não há estoque deles, ou as concessionárias cobram bem acima do preço normal – algumas até preferem nem vender para não perder o carro que tem para pronta entrega.

Até o momento, o governo argentino não se manifestou sobre o aumento, além da divulgação da nova tabela de impostos. Os deputados locais haviam aprovado um projeto para apoiar a indústria automotiva, com incentivos e benefícios fiscais para as fábricas de autopeças, que está parando a produção local por conta da falta de dólares, sem conseguir pagar fornecedores. Porém, ainda foi para discussão no senado.