Grito de independência dos independentes -

Grito de independência dos independentes

Não dá mais para assistir passivamente às restrições impostas pelo avanço tecnológico ao trabalho daquele setor que foi o eleito pelos proprietários de veículos para cuidar de seus automóveis.

Claudio Milan [email protected]

Já passou da hora do aftermarket automotivo independente dar seu grito de independência. Este setor indispensável para a economia brasileira – responsável por manter rodando nada menos que 80% da frota circulante no país – ainda é visto por muitos, por incrível que pareça, como um mercado “paralelo”.

E quando digo aqui muitos, são muitos mesmo: proprietários de veículos, autoridades públicas e montadoras estão entre aqueles que – por falta de informação ou interesses outros – não raro menosprezam o mercado independente, sua estrutura, seu know how, sua qualidade, suas empresas e seus profissionais.

Em 1998, este Novo Varejo Automotivo criou a campanha “Movimento de Valorização do Mercado Independente”. Numa série de reportagens, apresentávamos com dados e fatos pra lá de consistentes a relevância do setor como gerador de receitas, pagador de impostos, empregador de mão de obra e, claro, responsável direto pela preservação da segurança e da própria vida do cidadão brasileiro. Há 24 anos, portanto, já nos incomodava o tratamento muitas vezes de segunda classe dedicado a este setor tão competente e fundamental. De lá pra cá, é claro, muitas transformações ocorreram – em especial no campo da tecnologia – mas pouca coisa mudou em relação à valorização do aftermarket automotivo.

Mas, agora, há questões de grande relevância que impõem a necessidade da busca por providências urgentes no sentido de reverter a percepção embaçada acerca de nosso setor. A gradativa e irreversível presença nas oficinas dos carros conectados e seus Security Gateways já está travando o acesso dos reparadores independentes à reparação destes automóveis. As consequências em série desta nova realidade podem ser devastadoras para o mercado independente de reposição em seu todo. Não dá mais para assistir passivamente às restrições impostas pelo avanço tecnológico ao trabalho daquele setor que foi o eleito pelos proprietários de veículos para cuidar de seus automóveis.

Trata-se, afinal, de uma questão de respeito ao consumidor, com seus óbvios possíveis desdobramentos legais. Neste contexto, surge como muito importante o movimento Right to Repair, ou direito à reparação, uma das bandeiras que vêm sendo erguidas pelas lideranças do aftermarket automotivo em sua nova proposta de mobilização que será detalhada no próximo mês de agosto em Fortaleza (CE). A edição digital do Novo Varejo Automotivo trata de tudo isto e um pouco mais em duas reportagens. Que você não pode deixar de ler. Porque estamos falando da principal demanda do setor neste momento, que abraça e encaminha temas sensíveis para garantir a independência de fato e de direito do mercado que sustenta a sobrevivência da sua empresa.


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Para algumas pessoas isso é impensável! Vejo isso acontecer a respeito de qualquer tema: costumes, saúde, religião, meio-ambiente, opções dietéticas, política etc.