Holanda defende mobilidade ativa como modelo mais sustentável -

Holanda defende mobilidade ativa como modelo mais sustentável

Durante o painel “Mudança de marcha: acelerar a mobilidade ativa para as gerações futuras”, a ministra do Meio Ambiente da Holanda, Vivianne Heijnen, fez uma espécie de defesa de um modelo de transportes baseado na utilização de bicicletas

Lucas Torres [email protected]

Em algum momento da sua vida, é provável que você já tenha se deparado com a noção de que as bicicletas têm um papel fundamental na mobilidade urbana da Holanda. Pois bem, este conceito já estabelecido no imaginário popular recebeu um reforço durante a COP 27.

 Durante o painel “Mudança de marcha: acelerar a mobilidade ativa para as gerações futuras”, a ministra do Meio Ambiente da Holanda, Vivianne Heijnen, fez uma espécie de defesa de um modelo de transportes baseado na utilização de bicicletas e na realização de trajetos curtos via caminhada, bem como abriu as portas do país para a cooperação em treinamentos e reeducação de gestores públicos. Em seu discurso, a dirigente trouxe números importantes do cenário europeu, como o que apontou para o fato de 60% de todas as viagens urbanas do continente percorrem menos do que 5 quilômetros, mas que, ainda assim, atualmente os veículos motorizados são usados em mais da metade delas. “Podemos fazer melhor!”, clamou Heijnen. Para incentivar os dirigentes globais presentes, a ministra do país que possui mais bicicletas do que cidadãos – 23 milhões contra 17,5 milhões, respectivamente – listou quatro medidas práticas para implementar um modelo que, se não idêntico, possa replicar parte do utilizado pela Holanda, de modo a não apenas diminuir a poluição gerada pela mobilidade, mas também atingir objetivos paralelos como a melhora da saúde da população.

1) Criação de uma cultura que envolva os meios de transporte ativos: ciclismo e caminhada precisam estar disponíveis e acessíveis a todos, independentemente de sua renda ou idade. Como caminhar de casa para a escola ou trabalho. Na Holanda, as crianças têm aulas de ciclismo na escola primária. E vários municípios oferecem bicicletários em que famílias de baixa renda podem encontrar uma bicicleta acessível para seus filhos.

2) Foco na infraestrutura: ter uma infraestrutura dedicada, segura e de alta qualidade é vital para promover a mobilidade ativa, especialmente para crianças e idosos. Cidades ao redor do mundo como Milão, Lima, Paris, Cidade do Cabo e Bogotá estão implantando ciclovias, reconhecendo a importância de uma infraestrutura de alta qualidade.

3) Dois objetivos em um – mais acessibilidade e menos poluição: a mobilidade ativa melhora a acessibilidade em cidades grandes e em crescimento. Muitas vezes você chega ao seu destino mais rápido de bicicleta do que de carro, especialmente em cidades congestionadas que não podem acomodar um grande número de veículos. Um exemplo da Holanda é Utrecht, que planeja se tornar uma “cidade de 10 minutos”, onde tudo que você precisa vai estar a 10 minutos de sua casa de bicicleta, a pé ou de transporte público. O impacto positivo na qualidade do ar é óbvio.

4) Educação de gestores e investimento em cidades inteligentes: e finalmente, para fazer com que essas ideias sejam realizadas é preciso educar os planejadores para levar em conta a mobilidade ativa desde o início ao projetar espaços urbanos


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