Inadimplência atinge maior patamar desde 2016 -

Inadimplência atinge maior patamar desde 2016

Esta é a quarta alta mensal seguida, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)

Em outubro, o índice de famílias inadimplentes , ou seja, com contas em atraso, subiu de 30% para 30,3%, quarta alta mensal seguida. Em um ano, o avanço de 4,6 p.p. no indicador foi o maior desde março de 2016. O resultado da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) foi divulgado nesta segunda-feira (7) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A Peic também mostrou que houve queda de 0,1 ponto percentual na proporção de endividados em outubro, após três altas consecutivas. No total, 79,2% das famílias pesquisadas relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa).

A redução, na passagem mensal, foi mais expressiva entre os consumidores de renda elevada, para quem houve queda de 0,5 p.p. Porém, em um ano, a proporção de endividados cresceu mais, justamente, nesse grupo – a alta foi de 5,8 p.p., ante 4,3 p.p. para os que recebem até 10 salários mínimos.

Estados do Nordeste lideram o ranking da inadimplência

O percentual de consumidores que atrasaram o pagamento de dívidas cresceu em doze Estados brasileiros entre setembro e outubro. Bahia (43,7%), Rio Grande do Norte (42,4%), Minas Gerais (42,2%), Ceará (41,9%) e Roraima (38,5%) registraram as maiores proporções de famílias com contas atrasadas. Em relação a outubro de 2021, foi entre baianos e gaúchos que se observou o maior aumento de famílias que atrasaram dívidas (11,1% e 12,6%, respectivamente).

Já entre os estados que tiveram redução do indicador, o destaque é o Ceará, que, mesmo sendo a quarta localidade com mais inadimplentes, teve queda de 4,3 p.p. na proporção de consumidores com dívidas atrasadas. Em outubro do ano passado, os consumidores cearenses eram os que apontavam as maiores dificuldades para quitação de dívidas no País. O Pará e o Maranhão também registraram quedas mais expressivas do volume de inadimplentes em um ano (reduções de 5 p.p. e 4,3 p.p., respectivamente).

Dívidas no cartão de crédito e no cheque especial preponderam

As proporções de endividados no cartão de crédito e no cheque especial aumentaram em um ano, embora sejam as modalidades com as maiores taxas de juros. “Caracterizados pela facilidade no acesso e alta relação com as necessidades de consumo de curto prazo, os dois tipos de dívida foram os mais buscados pelos consumidores que tiveram o poder de compra afetado pela alta da inflação no período”, explica a economista Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela Peic.


Notícias Relacionadas