O Estado de S. Paulo
Junto com a escalada dos preços do petróleo, o desarranjo logístico, em razão das mudanças nas rotas de transporte de mercadorias causadas pela crise no Leste Europeu, representa para a indústria o primeiro impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia.
A percepção do risco de nova quebra no abastecimento de matérias-primas em decorrência do conflito varia de setor a setor, com as indústrias mais dependentes de insumos importados mais preocupadas do que as que se abastecem, em maior parte, com fornecedores locais.
Ao contrário da disparada das cotações das commodities (matérias-primas), com impacto generalizado e praticamente automático no custo de produção das empresas, não há expectativa de que certos insumos comecem a faltar desde já. A situação, no entanto, pode mudar a depender da duração da invasão russa na Ucrânia.
Um dos pontos mais sensíveis está na escassez de componentes eletrônicos, há mais de um ano o principal gargalo de produção na indústria de automóveis e de produtos eletroeletrônicos.
A ressalva dos industriais é de que a perspectiva pode mudar se o conflito se estender por mais tempo. De imediato, a reconfiguração das rotas logísticas é um dos primeiros desafios a empresas que fazem comércio exterior.