Inovações devem proporcionar novas receitas ao trade -

Inovações devem proporcionar novas receitas ao trade

De acordo com Ricardo Bacellar, o centenário modelo de negócios do setor automotivo passará, sim, por profundas transformações.
Por Claudio Milan

Em cenários de mudanças como o que experimentamos atualmente – e com tendência de expansão do processo disruptivo – a expectativa em geral é de que as novidades substituam as práticas, tecnologias e soluções anteriores. No entanto, isso nem sempre é verdade.

De acordo com Ricardo Bacellar, o centenário modelo de negócios do setor automotivo passará, sim, por profundas transformações. Mas, com a união de todos os participantes, será preservado e terá, afinal, a oportunidade de se beneficiar de novas receitas a partir da entrada de um sem número do novos players e concorrentes.

“Precisamos saber preservar o legado que a gente construiu em mais de 100 anos. Ele é muito importante e significativo. Mas estamos nos deparando com um processo de criação de novas oportunidades muito rico. E porque eu digo novas? O ser humano naturalmente acha que o que vem novo mata o anterior. Isso não é verdade absoluta. Os ciclos de inovação podem criar camadas adicionais de oportunidades e negócios e é isso que estamos observando na indústria automotiva”.

Durante o Fórum IQA da Qualidade Automotiva, Bacellar contou que a estratégia agora é reduzir o nível de dependência absoluta da receita de venda do produto para agregar outras linhas de receita vindas de serviços de mobilidade. “A gente caminha para ter um guarda-chuva muito maior. As pesquisas apontam que o potencial de geração de receita nesse novo modelo é da ordem de 1 para 10. Isso dá uma clara noção do potencial de geração de receita e, de novo, é adicional! Ninguém vai parar de produzir veículo para oferecer serviço de mobilidade”.

Como exemplo dos novos segmentos que têm procurado a KPMG com forte interesse no setor automotivo Bacellar destacou empresas da área de mídia, de energia, de varejo e financeiro. “Sem falar em empresas que a gente chama de outsiders, que já estão se planejando para entrar também no mercado. O que todos esses caras estão vendo? Dinheiro, potencial de geração de receita”.

E onde está, afinal, todo esse potencial? Ricardo Bacellar respondeu: “Quantos produtos o consumidor brasileiro é capaz de comprar por ano? Compare a resposta com o número de itens de mobilidade que o consumidor usa ou tem potencial para usar por dia. Considerando nossos 210 milhões de habitantes, quantos são potenciais consumidores do produto veículo? E quantos são potenciais consumidores de serviços de mobilidade? Nem precisa de calculadora. O potencial de geração de receita no Brasil é imenso. São 210 milhões de carentes de serviços de mobilidade”.


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