Intenção de Consumo das Famílias é a maior desde 2015 -

Intenção de Consumo das Famílias é a maior desde 2015

Puxado pela queda constante da inflação, indicador superou os 100 pontos em agosto e alcançou a zona otimista

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aumentou 1,4% no mês de agosto, considerados os efeitos sazonais, e atingiu o maior patamar desde abril de 2015, quando havia alcançado 102,9 pontos. Os resultados apontam um crescimento consistente da intenção de consumo desde janeiro de 2022, quando o índice voltou aos níveis anteriores à pandemia de covid-19, de 99,3 pontos.

Seis dos sete indicadores analisados registraram crescimento no mês, sendo que a satisfação com o nível de consumo atual e o acesso e uso do crédito foram os destaques. “A pesquisa sinaliza uma retomada plena do otimismo das famílias em relação às suas perspectivas de consumo”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Ele pontua que, ao longo do ano, todos os indicadores da pesquisa vêm demonstrando tendência de recuperação.

Segurança no emprego também é a maior em oito anos

Ainda que os índices permaneçam abaixo dos 100 pontos, no quadrante negativo, a satisfação com o emprego atual tem fornecido maior segurança para compras a prazo. Cerca de 42,5% dos entrevistados afirmaram estar mais seguros em seus empregos, em comparação com o mesmo período do ano anterior, a maior porcentagem desde março de 2015.

“Isso ocorre porque o mercado de trabalho continua registrando um aumento das contratações formais, mesmo que em menor intensidade do que no início do ano”, ressalta a economista da CNC responsável pela ICF, Izis Ferreira.

Otimismo vem da queda da inflação

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam uma inflação anual cerca de quatro vezes menor do que há um ano. “Essa queda, que vem superando as expectativas, contribuiu para aumentar a disposição dos consumidores para gastar”, analisa Izis Ferreira.

No entanto, a economista pondera que, mesmo com a desaceleração dos juros de mercado, o endividamento em níveis elevados ainda limita a capacidade de consumo e os benefícios do aumento da renda disponível. Como resultado, 40% dos consumidores disseram, em agosto, que estão comprando menos do que no mesmo período do ano passado. “Nesse contexto, as vendas no varejo enfrentam dificuldades para manter um crescimento uniforme entre os diferentes segmentos”, avalia Izis Ferreira.

Acesso ao crédito está melhorando

A pesquisa da CNC revelou ainda que aproximadamente 30 em cada 100 consumidores (28,5%) apontaram melhora do acesso ao crédito, um aumento de 1 ponto percentual em relação ao mês anterior e de 4 pontos percentuais no comparativo com agosto de 2022. Isso se reflete na intenção de compra de bens duráveis, que cresceu 9,9%.

Por outro lado, 36,9% dos entrevistados indicaram piora no acesso ao crédito, uma queda expressiva em relação aos 41,5% do mesmo período do ano passado. A expectativa de queda dos juros nos próximos meses e a redução da inadimplência tendem a contribuir para melhorar esse indicador.

Homens mais otimistas

No recorte por gênero, a pesquisa revelou que a intenção de consumo dos homens permanece na zona positiva, com 102,2 pontos, enquanto o indicador para as mulheres segue no campo negativo, com 99,7 pontos. Do total de entrevistados, 43,5% dos homens têm mais segurança em seus postos de trabalho e 7,8% estão desempregados. Já entre as mulheres, 41,2% afirmaram estar mais seguras em seus empregos e 10,6% estão desempregadas.


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