Junho revelou um consumidor mais pessimista, diz ACSP -

Junho revelou um consumidor mais pessimista, diz ACSP

O Índice Nacional de Confiança (INC) recuou 1% na variação mensal. Resultado estaria refletindo o aumento dos preços de produtos básicos

O Índice Nacional de Confiança (INC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), recuou 1% na passagem de maio para junho, aos 98 pontos. Na comparação com junho do ano passado, a queda foi mais acentuada, 3%.

O INC varia de zero a 200 pontos, sendo que resultados abaixo dos 100 pontos são considerados negativos. Aos 98 pontos, o indicador mostra pessimismo do consumidor. A pesquisa foi realizada com uma amostra de 1.679 famílias de todo o país.

Segundo Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, houve deterioração na percepção das famílias tanto em relação à situação financeira atual quanto futura, além de queda na sensação de segurança no emprego.

“A redução da confiança do consumidor resultou em diminuição da disposição para comprar itens de maior valor, tais como carro e casa, e bens duráveis, como geladeira e fogão. A propensão a investir continuou estável em relação ao mês anterior”, diz Ruiz de Gamboa.

O levantamento mostra aumento da confiança nas regiões Centro-Oeste e Norte, mas no Nordeste, Sul e Sudeste houve queda no índice. Quanto às classes socioeconômicas, verificou-se redução do INC nas classes AB e C, enquanto houve aumento na classe DE.

Segundo o economista da ACSP, os dados de junho, por si só, não são suficientes para determinar se há uma tendência consistente de queda na confiança do consumidor nos próximos meses. Segundo ele, o resultado “pode estar refletindo o impacto negativo dos aumentos de preços de produtos básicos, como alimentos, sobre a renda das famílias, em um contexto de elevado endividamento e taxas de juros ainda altas.”

Ruiz de Gamboa diz que a evolução da confiança do consumidor ao longo do ano dependerá, principalmente, das expectativas em relação à renda e ao emprego, os quais são diretamente influenciados pela atividade econômica, “que deverá desacelerar”.


Notícias Relacionadas