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A crise instaurada com a falta de chips está levando a uma situação difícil para as locadoras, que agora não sabem mais o que é carro zero km na frota.
Conforme o portal Notícias Automotivas, o tempo de espera chega a 10 meses em alguns casos. Com fábricas paradas ou em ritmo lento, devido à falta de suprimentos, as empresas de aluguel de automóveis trabalham com o que tem.
Paulo Miguel Júnior, presidente do Conselho da Abla, entidade que reúne as empresas do setor, disse: “A maioria das montadoras, não está mais aceitando pedidos das locadoras”.
Até o primeiro semestre, as montadoras estavam bloqueando alguns modelos específicos, mas agora, segundo a associação, praticamente toda a gama em determinadas marcas não está mais disponível. Em 2019, as locadoras receberam 620 mil carros, número que caiu para 360,5 mil em 2020.
Para 2021, a previsão é de receber somente 380 mil ante a previsão inicial de 450 mil. Até setembro, 310,5 mil foram recebidos e desse total, um terço veio da Fiat com 105 mil carros. Segundo a Abla, atualmente os mais comprados são os modelos Argo, Mobi e Gol, carros populares que podem ser usados especialmente em serviços de aplicativo.
Num setor que a rotatividade dos carros alugados é alta, a idade média chega a 23 meses, muito acima da média de 14 a 15 meses antes da pandemia. Júnior comentou: “Todos os segmentos nos quais atuamos estão sendo afetados e no caso das frotas terceirizadas tem havido renovação com os veículos em uso, ou seja, não há modelos novos para fazer a troca”.
Atualmente, as 11 mil locadoras do país possuem 1.070.000 veículos, apenas 63.000 a mais que em 2020. O setor ainda recebeu de volta 30.000 carros de aplicativos, devolvidos devido à alta dos combustíveis e do custo dos aluguéis. Hoje, a frota locada tem 170 mil carros contra 200 mil de antes da Covid-19.