Mercado de reposição cresce, mas não evita queda no faturamento das autopeças no primeiro bimestre -

Mercado de reposição cresce, mas não evita queda no faturamento das autopeças no primeiro bimestre

O faturamento das indústrias de autopeças caiu 8,2% no primeiro bimestre de 2020 na comparação com o mesmo período do ano passado segundo levantamento divulgado pelo Sindipeças. O mercado de reposição teve crescimento de 2,86%, mas as fortes quedas nas vendas para as montadoras e exportações derrubaram as receitas do setor.
Mercado de reposição (Sindipeças) não evita queda no faturamento das autopeças


O faturamento das indústrias de autopeças caiu 8,2% no primeiro bimestre de 2020 na comparação com o mesmo período do ano passado segundo levantamento divulgado pelo Sindipeças. O mercado de reposição teve crescimento de 2,86%, mas as fortes quedas nas vendas para as montadoras e exportações derrubaram as receitas do setor. Os índices ainda não contemplam o período de isolamento social imposto na maior parte do território nacional.

A pesquisa conjuntural do Sindipeças apontou ainda que:

  • Após um salto em janeiro, em razão das oscilações sazonais de final de ano, o faturamento da indústria de autopeças aumentou apenas 1,4% em fevereiro, confirmando as dificuldades enfrentadas pelo setor automotivo, antes mesmo do advento do novo coronavírus. O retrato da situação se torna mais nítido, quando observado o recuo de 9,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior ou de 8,2% no acumulado do bimestre. Precedentes de queda de faturamento nos dois primeiros meses do ano foram notados durante a “Grande Recessão” (2015-16), de acordo com a série histórica recente. Mesmo que se atribua ao feriado de Carnaval motivo para queda do faturamento em fevereiro (menor número de dias úteis), nossas estimativas indicam que os valores dessazonalizados seguiriam com variação negativa para o bimestre, ainda que em intensidade menor.
  • No confronto com o mês anterior, os resultados de fevereiro, por canal de distribuição, foram positivos apenas para Montadoras (+3,0%), devido à recuperação da produção frente a janeiro (6,5%) e das exportações mensuradas em reais. Nesse caso, a desvalorização mais intensa do Real foi determinante. A moeda brasileira sofreu depreciação, em média, de 4,6%, confrontada a janeiro/20, e de 16,7% em relação a fevereiro de 2019. As vendas para o mercado de reposição recuaram com força em fevereiro, registrando variação negativa de 9,3%. É provável que o menor número de dias úteis e o maior receio dos consumidores, face aos sinais da grave evolução da pandemia na Europa e EUA, tenham sido responsáveis por essa retração de quase 10%.
  • Ressaltem-se ainda os piores resultados em comparação a fevereiro do ano passado, em todos os canais de vendas, malgrado o feriada de Carnaval. No acumulado do ano, como havíamos destacado anteriormente, os números não são favoráveis, contabilizando-se diminuição no faturamento geral e reduções a dois dígitos para vendas a Montadoras (-10,4%) e exportações, tanto em dólares (-22,0%) como em reais (-11,3%). Exceções são encontradas em reposição (2,9%) e vendas intrassetoriais (0,5%).
  • A ociosidade na indústria de autopeças se manteve em 31%; mesmo patamar do mês anterior. Novos postos de trabalho foram gerados em relação a janeiro/20 (0,35%), embora para as demais modalidades de comparação o resultado prossiga em declínio.

FATURAMENTO

Tabela de Resumo do Desempenho do Sindipeças
Faturamento líquido nominal consolidado (variação mensal)
Faturamento líquido nominal consolidado. Variação em % (mês x mês anterior)
Faturamento líquido nominal consolidado. Variação em % de fevereiro/2020 x fevereiro de anos anteriores
Faturamento líquido nominal consolidado. Variação em % (acumulado do ano x mesmo período do ano anterior)
Gráfico de distribuição do faturamento por segmento pelo Sindipeças

CAPACIDADE INSTALADA E EMPREGOS NO SETOR

Utilização da capacidade instalada (Sindipeças)
Evolução do emprego nacional (Sindipeças)
Evolução do emprego nacional (Sindipeças)

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