André Muniz [email protected]
O movimento nas oficinas mecânicas continua crescendo no período pós- -pandemia, de acordo com a pesquisa Pulso do Aftermarket divulgada em painel na Automec 2023, cujos resultados foram apresentados por Carlos Souza e Atila Paulino. O levantamento produzido pela CINAU (Central de Inteligência Automotiva) constatou um aumento de 4,88% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2022. Paulino lembrou que 2022 foi excelente para o segmento das oficinas e fechou com crescimento de 20,51%, um recorde histórico para o mercado. “Acho que 2023 será mais um ano muito bom para as oficinas mecânicas do país, como mostram os números do primeiro trimestre. Não sei se chegaremos ao mesmo índice do ano passado, mas acredito que será próximo dos 20% de crescimento”, previu Paulino. A média de passagens de veículos por cada uma das 74.180 oficinas gira em torno de 108 unidades por mês, com tíquete médio de R$ 550 gastos com peças e lubrificantes, o que representa um montante R$ 53 bilhões em compras de peças por ano, segundo o levantamento da CINAU que é feito em 14 estados que abrigam aproximadamente 90,96% da frota circulante no país.
INDICADOR
Esses números são muito importantes para orientar as estratégias dos executivos e empresários que atuam em toda a cadeia de reposição, seja na indústria, importadores, comércio e agentes comerciais, porque são indicadores precisos e atualizados sobre o comportamento do mercado, afinal mostram o aquecimento da demanda nas oficinas por produtos ou o movimento contrário, redução. As oficinas representam a ponta da cadeia. Um dos fatores para esse aumento significativo de atendimentos nas oficinas mecânicas no período pós-pandemia, que representa automaticamente o crescimento do mercado de reposição de peças, está ligado ao envelhecimento da frota de veículos no Brasil, cuja idade média é de quase 11 anos de uso. Outro fator é que nos últimos anos diminuiu o número de carros novos no mercado ao passo que o mercado de carros usados registrou aquecimento nas vendas. INTERNET A pesquisa constatou aumento do número de oficinas mecânicas que passaram a comprar peças pela internet em função dos problemas da falta de produtos enfrentada pelo setor automotivo. Segundo Carlos Souza, atualmente o percentual de compra pela internet no setor chega a 6%. “Mas muitos reparadores reclamam dos problemas que enfrentam ao comprar peças pela internet, como atrasos, dificuldade para trocas e os cuidados que devem adotar para não comprar produtos fora de especificações. É bom lembrar que o atraso na entrega significa prejuízo para o dono da oficina, que fica com o carro parado”, ressaltou.
Segundo Atila Paulino, a compra de peças feitas diretamente pelas oficinas diminuiu nos últimos anos porque muitos clientes comparam os preços dos produtos pela internet, que costumam ser um pouco inferiores, e questionam os valores passados pelos mecânicos. Outro motivo é a dificuldade de se encontrar peças. De acordo com a pesquisa CINAU, 55% dos donos de oficinas disseram que estavam com dificuldade de comprar peças em março deste ano, enquanto 45% disseram que não.
Quando perguntado se estava solicitando ao dono do veículo o fornecimento das peças com maior frequência, 19% disseram que sim e 81% que não, dados apurados em março último. Já em maio do ano passado os números eram bem diferentes: 45% disseram sim e 55% disseram que não estavam pedindo para os clientes comprarem as peças. O levantamento mostra que a dificuldade de comprar as peças pela diretamente pelas oficinas diminuiu no começo deste ano.