Lucas Torres [email protected]
No último dia 8 de setembro, o Reino Unido perdeu sua rainha
mais longeva. Depois de 70 anos ocupando o trono da monarquia
britânica, Elizabeth II faleceu aos 96 anos de idade.
Seu tempo recorde no posto de suserana, porém, não é o motivo
que traz a monarca em destaque desta edição especial da série
‘Mulheres do Aftermarket’. O motivo é outro e tem ligação direta com
as diversas personagens que já passaram por esta série: a paixão
pelos automóveis.
O início desta história data da década de 1940, antes mesmo de
Elizabeth Alexandra Mary se tornar ‘Elizabeth II’. Naquele período,
a então princesa integrou o corpo feminino do serviço auxiliar militar
durante a Segunda Guerra Mundial, posto em que aprendeu – entre
outras funções – a realizar serviços mecânicos em automóveis, bem
como conduzir veículos como ambulâncias e caminhões.
Fruto do treinamento recebido neste período, Elizabeth II
adquiriu uma de suas qualidades mais singulares: a habilidade
de desmontar e montar motores automotivos. Isso mesmo, a
rainha era uma legítima mecânica e não hesitava em sujar as mãos
de graxa para consertar uma máquina sobre quatro rodas!
Passada a segunda grande guerra, encerradas as obrigações
como reparadora e já devidamente empossada no posto de rainha,
a monarca nunca deixou de demonstrar sua paixão pelos carros
assumindo com frequência a condução de vários dos espetaculares
automóveis que compuseram suas coleções ao longo das décadas.
Sempre com motoristas à disposição, a rainha não raramente
dispensava estes serviços e conduzia ela própria suas máquinas
pelas charmosas e singulares ‘mãos inglesas’.
E foi assim que produziu uma de suas últimas memórias públicas.
Mostrando um vigor incomum para uma nonagenária e apreço especial
pelos carros, Elizabeth II foi flagrada dirigindo uma Land Rover 2001.
O clique foi feito no último mês de maio, em Sandringham.
A ligação da rainha recém-falecida com os carros não para por aí. Além
de consertar veículos e gostar de dirigi-los, ela era uma colecionadora
de dar inveja a qualquer amante dos clássicos automotivos.
O modelo da Land Rover que conduziu em seu último passeio público
como motorista era, inclusive, um de seus preferidos e se somava a
máquinas da mesma fabricante como um Defender 2002 equipado
com motor 4.2 V8 e um Range Rover LWB Landaulet personalizado.
Mas nem só de Land Rovers, porém, era composta a coleção real.
Outros veículos, tão clássicos quanto, já tiveram seus motores
acelerados pelos pés pesados da rainha do Reino Unido. Entre estes
automóveis, se destacavam modelos como:
Década de 1950 – Lincoln Cosmopolitan (1950); Rolls Royce Phantom IV (1950); Humber Royal Cars (1954); Daimler Regency Empress by Hooper
(1953-56); Ford Zephyr Estate carroçaria especial (1956).
Década de 1960 – Vauxhall Cresta Friary (1961); Rolls-Royce Phantom V (1961); Rolls Royce Silver Cloud Convertible (1965); Austin
Princess (1969);
Década de 1970 – Rover P5B Coupe 3.5 V8 (1971); Jaguar XJ Convertible (1972).
Década de 1980 – Rolls-Royce Phantom VI (1987).
Década de 2000 – Daimler V8 Super LWB (2001); Bentley State Limousine (2002); Jaguar X-Type Estate (2004-09).
Década de 2010 – Bentley Mulsanne (2011); Bentley Bentayga First Edition (2016).
