No Brasil, vendas em marketplaces crescem 3% nos primeiro cinco meses de 2023 -

No Brasil, vendas em marketplaces crescem 3% nos primeiro cinco meses de 2023

As vendas de terceiros em plataformas de grandes varejos ampliaram as bases de negócio para pequenos varejistas e fabricantes

R7

Os marketplaces estão experimentando um crescimento acelerado e se tornam um canal importante para os clientes. O fenômeno é mais intenso no Brasil, mas começa a despontar nos mercados europeus. De acordo com dados recentes da GfK, no Brasil, as vendas aumentam ano a ano. Em 2022, por exemplo, o crescimento foi de 20%, ante um total de mercado (online e offline) que decresceu 3%.

A participação do marketplace nas vendas totais de eletroeletrônicos cresceu 17% em 2022 em relação ao total de mercado, e já representa 23% das vendas totais e 3% do faturamento no primeiro semestre de 2023.

O online ampliou as fronteiras e a influência regional de alguns varejos locais, alavancado pelo marketplace. Para os consumidores em busca de mais ofertas e um mix com mais opções e alternativas, a possibilidade de encontrar produtos e modelos num espectro mais amplo, mais marcas e preços mais acessíveis, abre uma nova perspectiva no processo de decisão da compra.

Diante de um cenário de estabilização das forças entre os canais físico e online, o marketplace também é a resposta para trazer mais tráfego a plataformas de grandes varejistas e aumenta a interação com diferentes perfis de consumidores, justamente através da venda de varejos terceiros (3P). O marketplace representava 29% das vendas online em 2022 e, nos primeiros 6 meses de 2023, cresce para 32%. Ao longo da pandemia, se iniciou um movimento de adesão ao marketplace, sendo que 34% dos varejistas aderiram pela modalidade de vendas, principalmente os pequenos varejos e os regionais.

Fernando Baialuna, diretor de Consultoria e Varejo da GfK, explica que o Marketplace abriu novas possibilidades de oferta com a prateleira infinita, gerando mais tráfego nas plataformas dos varejos nacionais e, simultaneamente, ampliou as fronteiras e deu mais visibilidade aos pequenos varejos e aos varejos regionais. “Vale ressaltar que cabe um processo natural de aprimoramento das estratégias comerciais coordenadas entre os grandes varejos e os terceiros na plataforma, assim como no balanceamento do mix e das ofertas no 1P (venda própria), 3P (marketplace) e D2C (venda dos fabricantes direto ao consumidor através do markeplace”, acrescenta o executivo.

Os marketplaces proporcionam benefícios significativos tanto para os varejistas quanto para fabricantes, oferecendo alternativas de expansão e alcance de mais consumidores. Para os varejistas, os marketplaces possibilitam a venda de sortimentos complementares, exploração de novos preços e aumento da visibilidade da marca. Os fabricantes se beneficiam dos canais de distribuição simplificados, do acesso a um ecossistema de pagamento robusto e da capacidade de se concentrar na qualidade do produto, deixando a logística a cargo dos operadores do marketplace.

Dados permitem a tomada de decisões estratégicas

As estratégias de preços e as promoções são fundamentais para o envolvimento do cliente e o sucesso dos negócios nos mercados. Sem acesso a dados precisos e em tempo real – como a colocação de produtos e preços em relação aos concorrentes -, os varejistas têm dificuldade para posicionar seus produtos de forma eficaz e otimizar a precificação. Como resultado, eles correm o risco de perder vendas potenciais e lutam para manter uma vantagem competitiva.

Os varejistas e fabricantes enfrentam vários desafios com o mercado em constante evolução, o que prejudica a capacidade de se manterem competitivos e capitalizarem com tantas tendências emergentes. Um obstáculo significativo é a relutância de alguns vendedores do mercado em compartilhar seus dados com as marcas, deixando os varejistas e fabricantes com uma visão incompleta e fragmentada do mercado.

Assim, entender a dinâmica mais recente de preços e recursos no mercado é vital. Os varejistas dependem de dados para identificar oportunidades e áreas de melhoria a fim de competir com sucesso no mercado. Da mesma forma, os fabricantes precisam desses dados para refinar suas ofertas de produtos, identificar lacunas no mercado e tomar decisões embasadas para aumentar o sucesso de sua marca no canal.

“O acesso limitado aos dados, sem o uso das plataformas com recursos aplicados de IA e machine learning, reduz a capacidade dos varejistas e fabricantes de identificar insights, entender as preferências dos clientes e adaptar suas estratégias com a agilidade necessária num momento de oscilações e mudanças constantes”, finaliza Baialuna.


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