Norma ABNT para garantia começa a sair do papel -

Norma ABNT para garantia começa a sair do papel

estabelecendo-um-padrao_siteEm 18 de agosto do ano passado, representantes dos quatro elos do aftermarket promoveram um debate durante o Seminário da Reposição Automotiva visando a encontrar uma solução para o processo de trocas de peças em garantia. Lento e despadronizado, o fluxo procura se adequar às políticas comerciais de cada fabricante e vem gerando prejuízos em série a toda a cadeia de negócios do setor.

Daquela discussão nasceu a proposta da criação de uma norma técnica ABNT para dar as diretrizes para a substituição de peças em garantia no mercado. Este ano, o tema voltou à pauta do Seminário. A ideia está começando a sair do papel.

Durante o evento, Sergio Alvarenga, diretor executivo do Sindirepa Nacional, destacou que não haverá solução milagrosa. “Nossa proposta aponta para um modelo bem simplificado, um primeiro passo para minimizar o impacto que o problema gera. Porque, na verdade, é esse o grande segredo da garantia”. Para desenhar o esboço da futura norma técnica ANBT para garantia, os representantes do mercado levantaram o histórico de tentativas anteriores e pesquisaram exemplos de outros países.

A primeira constatação é que os procedimentos de garantia hoje em prática no mercado levam em conta, acima de tudo, os aspectos comerciais da questão. “O setor não tem intimidade técnica para isso, é um aspecto muito voltado à indústria, principalmente junto às montadoras”, analisa Alvarenga. “Quando se trata de garantia comercial, é muito difícil acordar um padrão. Depende de empresário para empresário. Entendemos que aí não há solução”.

É por isso que a proposta do mercado é não interferir nas questões comerciais, mas sim normatizar as demandas de garantia pela oficina. “A solução sugerida é, fundamentalmente, diminuir o fluxo de garantia – não há como resolver 100%, mas é possível reduzir. Uma das causas desse problema é a facilidade com que as peças são trocadas, se o elo acima não trocar, eu não compro mais dele”, descreve Alvarenga.

Para atingir este objetivo, a norma técnica será dirigida ao profissional que aplica os produtos. “A norma de garantia estará diretamente ligada à oficina mecânica. Não vai ter nada a ver com o varejo, com o distribuidor e muito menos com o fabricante. Vamos reduzir o fluxo na base em que ele começa. Vamos criar requisitos para o pedido de garantia a partir de uma nota fiscal. Simples assim”, prometeu Sérgio Alvarenga.

O que o mercado ganha com a norma técnica para garantia

  • Melhoria da imagem da reparação junto aos consumidores nos casos de garantias e criação de indicadores confiáveis nos tipos de garantias solicitadas.
  • Diminuição do risco dos fabricantes devido a possíveis garantias indevidas.
  • Diminuição do fluxo de inúmeras fontes de envio e marcas de autopeças junto aos varejistas e distribuidores.
  • Criação da cultura da garantia técnica e não comercial, valorizando a qualidade controlada dos fabricantes.

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