Novo Varejo Automotivo estreia índice de desempenho das PMEs -

Novo Varejo Automotivo estreia índice de desempenho das PMEs

Em sua nova edição, levantamento produzido pela Omie indicou perda de fôlego no desempenho das empresas desta categoria

Lucas Torres [email protected]

As Pequenas e Médias Empresas (PMEs) desempenham papel fundamental na economia brasileira. Esta relevância ficou evidente em relatório publicado pelo Ministério da Economia em fevereiro de 2022

O documento apontou para os fatos de que 99% das empresas abertas no Brasil se encaixam na categoria e que 62% das carteiras assinadas no país são gerados pelas PMEs. Em complemento ao estudo do Ministério, o Sebrae indicou que estas empresas são responsáveis por 27% do PIB do país. Tamanha representatividade na totalidade da economia nacional é também replicada no aftermarket automotivo, setor em que as PMEs são grande maioria não apenas entre varejistas e reparadores, mas também ocupam essa posição entre os fabricantes – haja vista que este grupo representa 76,6% do total de associados do Sindipeças (360 de 470).

Último levantamento revela perda de
fôlego recente das PMEs

O mês de setembro foi marcado pelo otimismo do mercado em relação aos números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – dados estes que, entre outros índices, registraram alta de 2,5% do PIB nacional ao longo do primeiro semestre de 2022. De acordo com o IODE-PMEs, este impulso positivo também foi acompanhado pelas pequenas e médias empresas brasileiras, para as quais a alta entre os meses de janeiro e junho atingiu 3,5%.

O primeiro levantamento da Omie referente ao 2º semestre do ano, porém, deu indícios de que este ritmo acelerado de crescimento não se repetirá daqui até dezembro. Isso porque o último mês de julho registrou uma alta tímida de 0,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo o gerente de indicadores e estudos econômicos da Omie, Felipe Beraldi, a desaceleração foi proveniente de um “ambiente de negócios marcado por inflação pressionada e juros em alta que prejudica a evolução do consumo e dos investimentos, o que se reflete diretamente na evolução das pequenas e médias empresas brasileiras”. Esta sensação de desaceleração foi ainda corroborada por um apontamento específico do IODE-PMEs: o indicador de movimentação financeira real do setor de serviços – grande impulsionador da economia nacional no âmbito global. Segundo dados do índice, os serviços mostraram retração de 4,5% neste aspecto durante o último mês de julho em comparação com igual período de 2021, configurando o segundo mês de queda nessa base de comparação.

“Dos 11 subsegmentos que compõem o setor, seis mostram queda no último mês, com destaque negativo para ‘Atividades imobiliárias’ e ‘Atividades profissionais, científicas e técnicas’’ ‘, apontou a equipe da Omie. Outro recorte que preocupou os autores do índice quanto ao fôlego das PMEs para o segundo semestre é o que analisa o desempenho do comércio. Após atingir um pico de crescimento de 10,2% na comparação anual em março deste ano, a curva de desempenho do IODE-Comércio caiu de maneira progressiva, estacionando na marca dos 2,7% no último levantamento. “Os dados corroboram o atual momento da economia brasileira. Apesar do otimismo trazido pelo maior controle da crise sanitária de covid-19, as condições para o consumo neste ano são bem mais adversas, com destaque para a intensa subida de juros promovida pelo Banco Central nos últimos meses. A alta dos juros tem efeito direto na economia real, ao prejudicar a tomada de crédito e dificultar a evolução do consumo da população”, avaliou Beraldi, antes de finalizar com uma contextualização: “É importante ressaltar que as medidas tomadas pelo Banco Central visam, justamente, conter outro ‘vilão’ do ambiente de negócios: a inflação elevada. A forte subida dos preços na economia, sobretudo de itens básicos (como alimentos), também prejudica a evolução do Comércio ao corroer o poder de compra das famílias”.


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