Novos clientes e aprendizado das empresas ancoram crescimento sustentável do e-commerce -

Novos clientes e aprendizado das empresas ancoram crescimento sustentável do e-commerce

A pandemia da Covid-19 fez com que 76% dos brasileiros passassem a fazer as compras de supermercado de maneira totalmente virtual.

Lucas Torres [email protected]

A redução das restrições de distanciamento social retira, na prática, a obrigatoriedade do consumo de maneira remota. Quais são os fatores, então, que explicam a perspectiva de manutenção e até crescimento das vendas online para além do período pandêmico? Um dos fatores mais importantes, segundo pesquisa da consultoria Brain & Company, consiste na entrada de novos consumidores durante o período – o chamado ‘fator experimentação’. O estudo apontou que mesmo setores nos quais os consumidores não estavam habituados a comprar online – caso, por exemplo, dos supermercados – tiveram o benefício de poder mostrar para uma grande massa de pessoas que era possível sair satisfeito de uma aquisição via e-commerce.

A pandemia da Covid-19 fez com que 76% dos brasileiros passassem a fazer as compras de supermercado de maneira totalmente virtual. O estudo mostrou também que 54% dos consumidores tiveram a sua primeira experiência online na compra de alimentos e produtos para o lar após o início da crise”, apontou o levantamento. Além da oportunidade de atrair e reter novos consumidores, a pandemia da covid-19 contribuiu ainda com o e-commerce pela obrigatoriedade de preparação e evolução por parte das empresas varejistas. De acordo com a vice-presidente da ACSP, Roseli Garcia, a intensificação do uso das mídias sociais como mecanismo de venda – conhecido ‘social commerce’, com vendas diretas pelo Instagram Facebook e WhatsApp – retirou uma importante barreira que existia para o ingresso de pequenos e micro varejos no universo das vendas digitais. “Os pequenos, em geral, começam de uma forma caseira, utilizando o WhatsApp, Facebook e Instagram; quando começam a decolar, se tornam um MEI para depois criar sua loja própria ou participar de marketplace”, analisou a especialista.

Na esteira da análise feita por Roseli Garcia, uma pesquisa realizada pelo Centro Regional de Estudos para a Sociedade da Informação indicou que, enquanto 78% das empresas pesquisadas no Brasil têm presença nas redes sociais, apenas 54% delas possuem um site próprio – dado que corrobora o impacto do uso das mídias sociais para vendas como fator democratizante do e-commerce no país. Outra questão apontada por Roseli como central na criação de um ambiente propício para a decolagem do e-commerce no país foi estrutural: a transformação dos meios de pagamento. Segundo ela, a evolução da tecnologia e a expansão das carteiras digitais impulsionaram uma grande migração do dinheiro físico para o digital – trazendo comodidade e eficiência para os consumidores e explicando, em boa parte, a grande aceitação por parte de vendedores e compradores. “Um desses exemplos é a consolidação do PIX, que deu mais forca para a digitalização dos pagamentos”, exemplificou a VP da ACSP.


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