O crescimento do comércio eletrônico está diminuindo -

O crescimento do comércio eletrônico está diminuindo

O boom causado pela pandemia já passou. O segredo agora é olhar tendências para destravar novas oportunidades digitais

Consumidor Moderno

O cenário do comércio eletrônico tem passado por transformações rápidas nos últimos anos. Se em 2020 vimos ocorrer uma aceleração digital massiva como nunca antes e 2021 nos mostrou as novas fronteiras do mundo physical, 2022 tem sido definido, até agora, por turbulências macroeconômicas, causadas principalmente pela alta inflação, pela Guerra na Ucrânia e por flutuações de mercado.

É com este pano de fundo que o e-commerce está sendo remodelado constantemente e novos ganhadores vêm emergindo. A batalha pelo tempo e dinheiro do consumidor está cada vez mais feroz e é por isso que, para se destacar, é tão importante se atentar a dados e se mostrar aberto a novas oportunidades digitais.

No auxílio dos players que atuam neste espaço de vendas digitais, o painel The Great Realignment, organizado pela Insider Intelligence, empresa de pesquisa de mercado, discutiu as previsões para a indústria e para o comércio eletrônico para os próximos cinco anos.

Para chegar aos resultados, foram utilizadas mais de 10 mil métricas que levaram em conta tendências emergentes e mudanças no mercado e no comportamento do consumidor, a fim de que as companhias possam melhor desenvolver suas campanhas e estratégias. Aqui estão os principais pontos levantados.

Os otimistas que esperavam que o comércio eletrônico continuasse a crescer nos níveis da pandemia já devem rever suas expectativas. Segundo dados apresentados pela Insider Intelligence, o pico de crescimento do e-commerce, de fato, aconteceu em 2020. Mas a partir daí começa a cair em um padrão mundial.

Enquanto a América Latina, por exemplo, registrou um salto de 30% para 60% nas vendas por meios digitais naquele ano emblemático, agora vê a taxa despencar até uma perspectiva que fica em torno de 10% de crescimento em 2025 – mesma previsão para Europa, América do Norte, Ásia e África. Neste cenário de estagnação, a única exceção é a China, onde o boom do e-commerce aconteceu antes mesmo da pandemia.

Não é à toa que a gigante asiática lidera no setor. Lá, as vendas pelo e-commerce representam 45,3% do total do varejo. Quem segue em segundo lugar no ranking é a Grã-Bretanha, com 35,9%; o Brasil está na 11º posição, com o comércio eletrônico representando apenas 12,3% do total.

Além da dianteira nas mudanças de hábitos do consumidor, é explicação para isso o fato de que grandes canais de e-commerce estão em países com plataformas consolidadas de comércio digital. Basta dizer que as varejistas asiáticas Shopee e Shein ainda estão caindo nas graças dos brasileiros, enquanto já atuam por lá pelo menos desde 2015 e 2008, respectivamente.

Já um resultado concreto da pandemia foi a disseminação do marketing digital, que acabou mais fortalecido. A China continua liderando, com 81,5% do gasto em publicidade indo direto para mídias digitais. Como comparação, o Brasil continua no 11º lugar da lista, com 59%.


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