O dilema da sucessão, um desafio sempre presente -

O dilema da sucessão, um desafio sempre presente

No tópico “Sucessão: falta de planejamento é receita de fracasso” da Pesquisa Global sobre Empresas Familiares publicada no ano de 2016, a PwC destaca o fato de que apenas 12% das empresas familiares no mundo chegam saudáveis à terceira geração – dado que demonstra o quão efêmero pode ser um empreendimento desta modalidade quando não preparado adequadamente para o processo natural e inevitável de afastamento dos fundadores.

Tal falta de planejamento pode ser ocasionada por diversas razões, que vão desde o ego do empresário, que não consegue vislumbrar o limite de sua capacidade de contribuição e a necessidade de investir na formação de herdeiros capazes de substituí-lo e/ou na contratação de executivos fora do seio familiar para fazê-lo, até a falta de ambição e ousadia dos herdeiros, que preferem adotar uma visão conservadora de ‘preservadores do negócio’ ao invés de se posicionarem como ‘novos impulsionadores do negócio’.

Além desses fatores, há também a falta de um planejamento estratégico devidamente produzido a fim de fazer com que o empresário fundador e a cúpula administradora passem a olhar para além do dia a dia, tendo o longo prazo sempre na perspectiva.

Retornando à problemática questão do ego do proprietário e do caráter prejudicial da adoção de uma visão conservadora por parte dos herdeiros, o diretor do programa Families in Business, da Universidade norte-americana de Harvard, John A. Davis, afirma que as novas gerações de administradores do negócio (sejam elas a segunda, terceira ou quarta geração) não devem adotar a posição de zeladores da empresa familiar, pois se elas deixarem de inovar, fatalmente matarão o negócio.

“Manter o status quo com a preservação das mesmas práticas de gestão não é saudável para a próxima geração nem para a empresa. A próxima geração precisa sentir que é capaz de expandir e transformar o negócio e, de fato, deve ser responsável por isso”, pontua, antes de complementar: “Se a próxima geração não adaptar o negócio ao ambiente em rápida evolução, ela (e a empresa) provavelmente sairá do mercado, e rápido”, conclui.


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