Símbolo da Mercedes: A história da estrela de três pontas

O símbolo da Mercedes: a história da estrela de três pontas

Adotado desde o ano de 1916, o símbolo da Mercedes é uma estrela de três pontas que representa a triplicidade das atividades da montadora naquela época, que fabricava motores para uso em terra, mar e ar, os objetivos de Gottlieb Daimler, um dos fundadores, para a motorização universal. A versão atual do logo da Mercedes-Benz é utilizada desde 1990.
O símbolo da Mercedes é um ícone da indústria automotiva mundial.

Diversas marcas têm logomarcas enigmáticas à primeira vista para alguns. Você por acaso sabe o significado do símbolo da Mercedes? A montadora de carros alemã Mercedes-Benz tem uma história por trás desse desenho que há tanto tempo aparece nos portentosos veículos fabricados por ela.

Adotado desde o ano de 1916, o símbolo da Mercedes é uma estrela de três pontas que representa a triplicidade das atividades da montadora naquela época, que fabricava motores para uso em terra, mar e ar, os objetivos de Gottlieb Daimler, um dos fundadores, para a motorização universal. A versão atual do logo da Mercedes-Benz é utilizada desde 1990.

A história do símbolo da Mercedes

A evolução do símbolo da Mercedes

Para entender a linha do tempo das logomarcas, temos que entender que a Mercedes-Benz só foi existir em 1926. Antes disso existiam a Mercedes – marca da Daimler-Motoren Gesselschaft (DMG) fundada por Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach, datada de 1901 – e a Benz Patent-Motorwagen -criada por Karl Benz em 1886.

O primeiro logo registrado antes da união foi o símbolo da Mercedes, em 1902. Utilizado até 1909, ele trazia uma simples inscrição MERCEDES em branco contornada por um traçado oval na cor preta. A Benz utilizava o seu próprio nome cercada por uma engrenagem mecânica nessa época.

Entre 1909 e 1916, a Benz estreou sua logomarca nas cores azul e dourado, com uma coroa de louros dando a volta no sobrenome do seu fundador. Foi nesse período que a Daimler-Motoren-Gessellschaft (DMG) registrou o símbolo da estrela de três pontas, junto com uma estrela de quatro pontas, que não foi utilizada.

Em 1916 a estrela de três pontas ganha protagonismo. Com o nome Mercedes na parte inferior, o astro tomou os holofotes para si em cor branca. O preto e o vermelho ditavam o resto do visual da logomarca da montadora alemã.

Em 1926, a Mercedes-Benz passou a existir. Os louros da Benz passaram a enfeitar o logotipo, enquanto que a Mercedes trouxe a famosa estrela de três pontas para o desenho. As cores eram o azul e o prata, com algumas versões em preto e vermelho. O prata apareceu quando a marca começou a se envolver com o automobilismo, no caso, o Grande Prêmio de Nurburgring em 1934.

O primeiro logo da união entre Mercedes e Benz durou até 1980. Foi substítuido por uma versão mais minimalista que extinguia os louros da Benz e mantinha apenas a estrela de três pontos dentro de um círculo, tudo na cor cinza.

O símbolo da Mercedes atual surgiu em 1990. É mais detalhista que o seu antecessor, com efeitos de desenho para remeter a algo mais moderno. Além disso foi incluído a inscrição MERCEDES-BENZ na parte inferior.

Inspiração para o símbolo da Mercedes

Selo da República do Chade que retrata Gottlieb Daimler, o primeiro modelo da Benz e a estrela de três pontas idealizada por ele.

Na década de 1870, enquanto trabalhava para Nikolaus Otto na Deutz AG-Gasmotorenfabrik em Colônia, o maior fabricante de motores estacionários da época, Daimler enviou à esposa Emma Kunz um cartão postal, marcando sua residência com uma estrela de três pontas e escrevendo: “um dia essa estrela brilhará sobre nossas fábricas triunfantes”.

Desde então, essa linha inspirou Daimler e Maybach ao desenvolver motores leves e potentes para “terra, água e ar”. Nos anos 1900, após o sucesso da Mercedes, a DMG ainda não possuía uma marca registrada. Paul e Adolf Daimler, filhos de Gottlieb (que haviam morrido no início de março de 1900), sugeriram o uso desse símbolo.

O conselho da Daimler Motoren Gesellschaft aceitou a proposta em junho de 1909, também registrando uma proposta de quatro pontas. A estrela de quatro pontas se tornou o emblema da Deutsche Aerospace AG (DASA) na década de 1980 e, em seguida, o logotipo da Empresa Europeia de Defesa e Espaço Aeronáutico (EADS).

A estrela de três pontas estreou em 1910. Em 1916, era cercada por um círculo com quatro estrelas adicionais, com o nome Mercedes ou da respectiva fábrica (Untertürkheim ou Berlin-Marienfelde). Em 1937, o símbolo familiar foi registrado pela Daimler-Benz, uma estrela tridimensional de três pontas, contida em um círculo.

Slogans, anúncios e a estrela

Além das logomarcas, os slogans estão presentes nas peças publicitárias formando uma combinação inseparável para os profissionais desse meio. Nesses muitos anos de existência, essas frases de efeitos acompanharam o desejo dos consumidores que queriam e querem ter um Mercedes-Benz.

Quando as empresas Daimler e Benz se uniram em 1926 o anúncio foi do tamanho da fusão. A estrela de três pontas da Mercedes e a coroa de louros de Benz agora formaram a nova marca registrada, e o poster exalava confiança no sucesso futuro da nova empresa.

Essa mensagem confiante por conta da fusão de Daimler e Benz foi um dos principais motivos da campanha, juntamente com a batalha para garantir o reconhecimento e afirmar o credo da empresa diante da concorrência predominante.

Na segunda metade da década de 1950, a Daimler-Benz empregava os serviços de uma agência de publicidade, dando origem a publicidade mais sistemática, clara e de caráter mais moderno. O automóvel passou a predominar cada vez mais como um objeto de desejo. Os motivos visavam aspirações, desejos e projeções.

Foi nessa época, em 1956, que o Atelier Harry Preubner fez a junção do logo e o slogan em um só, em uma campanha publicitária memorável. Em um pôster que mostra o globo terrestre, a marca da Mercedes-Benz irradia feixes de luz para várias partes do planeta. “Sua estrela-guia em todas as estradas” é a frase que acompanha a publicidade.

A estrela de três pontas e sua relação com os veículos Mercedes-Benz

O símbolo da Mercedes virou um objeto de consumo. Ter um em seu carro é como ter um troféu.

Se existe uma logomarca marcante em um carro é a Mercedes-Benz. Primeiro, não apenas pelo desenho de seu símbolo, a estrela de três pontas, mas também pela variedade de maneiras possíveis de utilizar a marca em um veículo.

O modo tradicional de várias montadoras é estampar o logo na dianteira e na traseira, de maneira simples. Porém, a Mercedes-Benz, além de utilizar esse padrão, também adotou a estrela de três pontas como se fosse um adorno do carro.

Como um vídeo da própria Mercedes-Benz mostra, o símbolo da estrela de três pontas é uma espécie de troféu, tanto para os donos, até para os vândalos que os retiravam dos carros estacionados como souvenir.

Nos filmes mais clássicos de James Bond, o 007, o símbolo da Mercedes-Benz nesse padrão aparecia portentoso nos modelos utilizado pelo espião britânico. Em “007 contra o homem da pistola de ouro”, de 1974, o ator Roger Moore dirigia um W115. Já em “Skyfall”, de 2012, Daniel Craig pilotou um S400.

O ornamento do capô vem perdendo seu espaço entre as montadoras desde 2005, quando a União Europeia divulgou regulamentos de segurança para pedestres, exigindo que esses “adornos” colapsem ou dobrem em caso de colisão frontal. Muitas marcas de luxo decidiram remover completamente eles para simplificar a produção.

O símbolo da Mercedes como troféu inspirou rivais

A Rolls-Royce criou o Spirit of Ecstasy, uma escultura em seu carro, ideia parecida com a estrela de três pontas da Mercedes-Benz

Outras montadoras que decidiram transformar essa variação em padrão também são conhecidas por seus veículos de luxo.

A Rolls-Royce levou isso para outro nível. Já que ela conta com seu logotipo com os dois R’s entrelaçados, mas em seus veículos existe um “adorno” exclusivo. Uma escultura feminina em prata pousada sobre o capô. A origem dela – que recebeu o nome de “Spirit of Ecstasy” – remonta ao século XIX está relacionada com um episódio que envolve paixões.

John Douglas-Scott-Montagu, um político conservador britânico que era considerado um pioneiro no desenvolvimento da indústria automóvel, próximo a Rolls-Royce. Montagu teve dois casamentos. Porém, o político nunca amou verdadeiramente nenhuma das suas mulheres. Já, sua amante, Eleanor Thornton, manteve um relacionamento de dois anos com ele.

O escultor Charles Robinson Sykes, que conhecia o relacionamento, ofereceu-se para esculpir uma escultura que simbolizasse a história de amor entre o casal. Foi assim que surgiu o “Spirit of Ecstasy” da marca britânica.

A Jaguar, conterrânea da Rolls-Royce, seguiu uma linha parecida ao da Mercedes-Benz. O “adorno” do veículo não é diferente do logotipo da marca. O “Leaping Jaguar” surgiu em 1945 e seu estilo de desenho nunca sofreu grandes modificações em todo esse tempo. Com as regras da União Europeia, a montadora britânica retirou os “adornos” dos seus veículos em 2005.

O nome Mercedes

O nome Mercedes veio do nome de uma das filhas dos primeiros compradores dos veículos

Bom, a estrela de três pontas foi explicada, mas ainda existem outras dúvidas. O nome Mercedes apareceu como? O Benz, como se sabe, é o nome de um dos fundadores, Karl Benz. Porém, o que explica esse nome feminino da empresa criada por Daimler e Maybach?

Em 1902, um automóvel que mais tarde seria chamado Mercedes 35 hp foi criado por Maybach, um pedido do bem-sucedido comerciante austríaco Emil Jellinek, que ficou fascinado pelo motor Phoenix, criado pelo próprio Maybach e também por Daimler.

O nome Mercedes foi derivado de um motor que Maybach construiu de acordo com as especificações da Jellinek em 1900, capaz de atingir 35 cv (26 kW). Jellinek havia estipulado que o motor seria chamado Daimler-Mercedes e, quando fosse bem-sucedido, estipularia um novo modelo em uma edição de veículos que comercializaria e usaria pessoalmente.

Mais tarde, isso foi chamado de modelo Mercedes 35 hp (26 kW). Ele nunca foi comercializado pela DMG até que seu sucesso fosse considerado substancial. Jellinek competiu como piloto e pintou “Mercedes” em seus automóveis de corrida por conta de que era o nome de sua filha de 10 anos.

A busca de mais velocidade por Jellinek o levou a Stuttgart pessoalmente, ao escritório de Wilhelm Maybach, onde também se encontrou com Paul Daimler, filho de Gottlieb. Juntos, eles projetaram um novo tipo de automóvel que seria “maior, mais amplo e com menor centro de gravidade”. Um pequeno número seria produzido para a Jellinek sob contrato.

Além da estrela: os modelos inesquecíveis da Mercedes

Benz Patent Motorwagen
Embora tecnicamente anteceda a criação da marca Mercedes-Benz, o Benz Patent Motorwagen é a gênese da Mercedes e do carro moderno em geral. Em 1888, Bertha Benz, esposa do criador do carro, Carl Benz, o levou de Mannheim a Pforzheim, na Alemanha. A viagem provou que os automóveis de combustão interna poderiam ser práticos.

300 SLR
As iniciais “SLR” significam “Sport Leicht Rennen” em alemão ou “Sport Light Racing” em inglês, o que resume este carro de corrida. O veículo foi lançado em 1955, quando a Mercedes-Benz ainda estava se reconstruindo da Segunda Guerra Mundial. A lenda do automobilismo Stirling Moss triunfou na famosa corrida italiana Mille Miglia com esse modelo.

300 SL
O 300 SL é o carro que deu o empurrão necessário à Mercedes-Benz após a Segunda Guerra Mundial. É um dos veículos mais icônico da marca. Um poderoso motor de seis cilindros em linha e o pedigree de corrida ajudaram, mas o que cimentou esse status icônico foram as portas “asas de gaivota” com dobradiças no teto. Esse detalhe era realmente necessário porque o chassi não tinha espaço suficiente para portas convencionais.

300 SEL 6.3
Para criar este sedã esportivo clássico, a Mercedes aplicou a fórmula americana de muscle cars, usando o maior motor disponível para aumentar o desempenho. Depois de ser provocado por um jornalista pelo desenvolvimento de carros considerados “entediantes”, o engenheiro Erich Waxenberger colocou o V8 de 6,3 litros do 600 no corpo menor do SEL. O resultado foi o sedan mais rápido de seu tempo e o protótipo da atual linha de modelos de desempenho AMG da Mercedes.

SLS AMG

O esportivo SLS foi o primeiro veículo construído desde o início pela divisão de desempenho AMG da Mercedes. O cupê apresentava as portas “asas de gaivota” como homenagem ao 300SL dos anos 50, mas a montadora também ofereceu um conversível para compradores que procuravam algo menos ostensivo. Um V8 musculoso de 6,2 litros alimenta toda essa máquina. A Mercedes também fez uma versão elétrica, que conta com incríveis 751 cavalos de potência.

Classe G
Conhecido como Gelandewagen (ou G-Wagen, para abreviar), a Classe G é uma raridade automotiva. Originalmente desenvolvido como um veículo militar, o modelo tornou-se um SUV de alto nível. O design original permaneceu em produção por 38 anos e foi muito apreciado por sua sensação da velha escola e capacidade off-road. A Mercedes embelezou o G-Wagen com tudo, desde versões AMG de desempenho, até um conversível “Landaulet”, até uma versão com seis rodas.


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