Opinião: Taxa Selic volta a cair, mas ainda não o suficiente para melhorar o crédito para pequenos negócios -

Opinião: Taxa Selic volta a cair, mas ainda não o suficiente para melhorar o crédito para pequenos negócios

Copom anunciou a redução da taxa básica em 0,5%, nesta quarta-feira (20). Para o Sebrae, ritmo da redução dos juros ainda é lento e prejudica o empreendedor brasileiro

Pela sexta vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil reduziu a taxa básica de juros (Selic). O anúncio do corte de 0,5% foi feito nesta quarta-feira (20) e acompanhou a expectativa do mercado. Agora, a taxa chega ao nível de 10,75% ao ano (há sete meses, o índice era de 13,75%, após 12 aumentos seguidos). Para o Sebrae, a medida é reflexo do cenário positivo econômico nacional, mas ainda não é o suficiente para garantir melhores condições de crédito para os pequenos negócios.

“Acabamos de receber essa grande notícia para o Brasil e para a economia brasileira, sobretudo para os pequenos negócios que apresentam claramente a força desse setor que puxa o processo de empregos formais no nosso país e de crescimento econômico, que são os micros e os pequenos negócios. A notícia é a queda da taxa de juros produzida pela decisão do Banco Central, da taxa Selic, que passa a 10,75% – uma queda na sua somatória significativa e, portanto, permite que nós possamos inserir principalmente os micros e pequenos negócios para a obtenção de crédito”, avalia o presidente do Sebrae, Décio Lima.

Esta notícia é resultado, evidentemente, de uma luta permanente do processo produtivo brasileiro, do governo do presidente Lula e Geraldo Alckmin e, principalmente, de nós todos, que entendemos que o acesso ao crédito é fundamental para impulsionar o nosso país, fazer a economia crescer e alavancarmos com mais velocidade a criação de empregos e alcançamos a retirada do Brasil do Mapa da Fome, que infelizmente o governo anterior submeteu o povo brasileiro.

Décio Lima, presidente nacional do Sebrae.

O dirigente destaca que, apesar do bom momento da economia, é preciso olhar com mais cuidado para as micro e pequenas empresas. “Com muita alegria, e na condição de presidente nacional do Sebrae, nós estamos festejando este grande acontecimento, mas evidentemente que ainda precisamos continuar acreditando que o Banco Central entenda as dificuldades da economia brasileira no acesso a crédito, principalmente em decorrência da manutenção inexplicável da taxa Selic nos patamares que o governo do presidente Lula e Gerado Alckmin receberam a partir de janeiro de 2023. Vamos continuar essa luta, acreditando na economia brasileira, que já manifesta claramente a força e a pujança do seu crescimento. Portanto, a taxa Selic está reduzida a 10,75% e isso impacta, com certeza, na possibilidade de nós termos a presença do crédito nos processos econômicos”, complementa.

De acordo com o coordenador de Acesso a Crédito e Investimentos do Sebrae, Giovanni Beviláqua, a taxa média repassada aos pequenos empreendedores é baseada na Selic e, por isso, a necessidade de uma redução mais acelerada. “Se o mercado está prevendo uma Selic de um dígito, em torno de 9% somente no final do ano, a taxa média de juros para os pequenos negócios também deve ser reduzida para cerca de 30% ao fim do ano. O valor ainda é muito elevado”, explica.

Para possibilitar um melhor cenário de acesso a crédito pelos pequenos negócios, o Sebrae e o governo federal estão empenhados em lançar, em breve, um programa que dará condições de garantia para alavancar R$ 30 bilhões em crédito para os empresários – o maior valor nos últimos 28 anos – o que tende a reduzir a taxa de juros para as linhas de crédito que usam essas garantias.

Situação econômica

Após o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,9% em 2023, a expectativa é que o cenário econômico continue positivo para este ano. Nesta terça-feira (19), o Banco Central publicou o boletim Focus, no qual escutou economistas sobre a expectativa para 2024. A mediana do mercado para o PIB de 2024 subiu de 1,78% para 1,8% e a inflação subiu de 3,77% para 3,79%.


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