Os quatro irmãos habilidosos -

Os quatro irmãos habilidosos

 

Um pobre homem, como não tinha nada para oferecer aos seus quatro filhos, pediu-lhes para irem mundo fora e aprenderem um ofício. Os quatro irmãos despediram-se do seu pai e partiram. Ao chegar a um cruzamento, decidiram separar-se, mas combinaram encontrar-se nesse mesmo lugar passados quatro anos.

O irmão mais velho encontrou-se com um homem que lhe perguntou onde é que ele ia. “Vou aprender um ofício”, respondeu.

“Pois vem comigo que eu te ensino a ser um mágico de circo”, propôs-lhe o homem. O rapaz deixou-se convencer e, com o tempo, transformou-se num mágico muito habilidoso.

O segundo irmão, por seu lado, encontrou um astrónomo que prometeu ensinar-lhe o ofício. Quando o aprendeu, o astrónomo disse-lhe: “Agora já estás preparado. Toma esta luneta que te será muito útil pois com ela podes ver o que os outros humanos não vêem à distância”.

O terceiro irmão conheceu um caçador. Os seus ensinamentos foram tão bons que em pouco tempo aprendeu o ofício na perfeição. Na despedida, o caçador deu-lhe uma espingarda, assegurando-lhe que com ela acertaria sempre no alvo.

O quarto irmão encontrou-se com um homem que lhe perguntou se queria ser alfaiate. No início, o jovem achou que este trabalho era aborrecido, mas com o tempo foi gostando cada vez mais. Quando já era um alfaiate experiente, o homem deu-lhe uma agulha e disse-lhe: “Já podes ir pelo mundo fora. Com esta agulha e a tua habilidade, poderás coser tudo o que quiseres”.

Passaram quatro anos e os irmãos voltaram a encontrar-se. Que alegria sentiram ao estar juntos de novo! Depois de se abraçarem, dirigiram-se todos para casa do pai.Quando chegaram, os quatro foram contando como é que tudo tinha corrido e o que é que tinham aprendido.

“Muito bem!”, exclamou o pai, orgulhoso. “Aproveitaram o tempo e todos são mestres nos vossos ofícios!”.

Pouco depois, os quatro homens ouviram a notícia de que o rei do seu país precisava de ajuda: um dragão tinha raptado a princesa. Os quatro irmãos decidiram, então, unir os seus esforços para salvar a jovem.

Do barco onde viajavam, o astrónomo observava o horizonte com a sua luneta. Em pouco tempo viu a princesa numa ilhota próxima. Junto a ela estava o dragão que dormia ao lado da moça.

“Posso disparar daqui”, disse o caçador, “mas se ferir o dragão e ele cair, vai ferir a princesa”.

Então, o mágico atirou-se à água. Quando chegou à rocha, passou pelo dragão, e salvou a bela donzela, tão suavemente que o monstro feroz continuou a dormir profundamente.

Quando o monstro acordou e viu que a princesa já não estava lá, foi à sua procura. Viu-a no barco e voou até lá para a ir buscar. 

Então, o caçador disparou acertando-lhe no coração, e o dragão caiu à água. Mas, quando todos pensavam que já estava morto, saltou para cima do barco e destruiu-o. Depois, afundou-se para sempre nas profundezas do mar.

Felizmente, o alfaiate tinha levado a sua agulha maravilhosa. Começou a coser as tábuas umas às outras e com quatro pontos, construiu uma jangada. Sem perder tempo, regressaram ao palácio com a princesa sã e salva.

O rei estava tão contente, que para recompensar os heróis pela sua proeza, prometeu-lhes a mão da sua filha. Como viu que eram quatro, disse: “Só um pode ter a mão da minha filha. Por isso, vai casar-se com o mais valente dos quatro”.

As palavras do rei provocaram um grande reboliço entre os quatro irmãos, pois todos eles queriam merecer essa honra.

“Se eu não tivesse encontrado a princesa com a minha luneta, as vossas habilidades não tinham servido de nada!”, exclamou o astrónomo.

“E se eu não a tivesse tirado de perto do dragão, o que é que teriam feito?”, perguntou o mágico.

“Se a minha bala não o tivesse morto, teria acabado conosco!”, replicou o caçador.

“E sem a minha arte, ter-se-iam afogado!”, acrescentou, por último, o alfaiate.

Como a princesa não podia casar-se com os quatro, o rei ofereceu-lhes, em troca, metade do seu reino. E foi assim que os quatro irmãos juntaram de novo as suas habilidades para que as suas terras fossem ricas e prósperas.

(Conto dos irmãos Grimm)

 

Cada um dos irmãos havia desenvolvido a excelência em sua respectiva atividade e, quando elas foram utilizadas, foi possível salvar a princesa que estava aprisionada pelo dragão. E a maior sabedoria da fábula foi a do pai que sem ter o que oferecer a eles, obrigou-os a irem aprender um ofício.

A palavra Excelência se origina do latim (excellentia) e significa superioridade de qualidade. Também é sinônimo de especialidade e de primazia (ser o primeiro em algo). Já em administração e gestão entende-se como excelência aquilo que é feito continuamente com a mesma qualidade. Não basta que aconteça algumas vezes, é preciso que seja sempre.

Outra característica de “excelência” é que ela deve ser percebida pelas outras pessoas. Ninguém é enxergado como excelente se não praticar essa qualidade continuamente. O filósofo grego Aristóteles dizia que “Somos aquilo que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito”.

Há ainda outro ponto importante: as empresas somente são consideradas como excelentes, se as pessoas que nela trabalham agirem com esse objetivo. Só existem empresas, marcas e produtos excelentes se as pessoas responsáveis por eles praticarem a excelência.

E como alcançar a excelência?

Para o segmento de autopeças tornar-se excelente, significa realizar continuamente alguns princípios.

  1. Use de empatia. Para entregar qualidade é preciso saber o que a pessoa espera e para isso precisamos nos colocar no seu lugar – sentir o que ele sente. Não apenas entender o que precisa, mas sentir o que ela sentirá quando não for atendida como espera.
  1. Servir. No varejo, assim como em muito outras atividades, nosso papel é servir as pessoas. Isto é básico e todos que trabalham em lojas de autopeças precisam ter consciência disso e praticar.
  1. Aprender com o mercado. Saber o que os outros estão fazendo para atrair e manter clientes. Entre num varejo que você considere bem sucedido e dedique-se a observar e analisar com atenção. O que eles fazem para as pessoas irem lá e não em outras lojas?
  1. Dê motivos para ser escolhido pelo consumidor. No varejo não existe fidelidade absoluta. Seremos trocados pelos concorrentes sempre que o consumidor não enxergar, em nossa loja, um forte motivo para permanecer fiel. Esses motivos podem ser diversos (localização, atendimento, preço, variedade, ambiente, etc.) e precisamos ter pelo menos um deles. Se usarmos de empatia e observarmos o mercado, saberemos qual é mais significativo para nosso consumidor.
  1. Melhoria contínua. A palavra japonesa Kaizen representa essa prática da melhoria contínua em todos os aspectos da vida (pessoal e profissional) e das empresas. É o compromisso de melhoria gradual e contínua das mais simples às mais complexas atividades diárias.

Da maneira como nos relacionamos com nossos familiares, logo pela manhã, com os funcionários e os clientes até os processos administrativos (abastecimento, layout, etc).

Nesse conto dos irmãos Grimm uma família numerosa e pobre pode alcançar a riqueza através da aquisição, desenvolvimento e prática de novas habilidades. Esse também é o caminho para a lojas de autopeças.

“Hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje!”


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