Fernando Ribeiro, diretor geral da Valeo Service na América do Sul, analisa o mercado e indica adequações para que o varejo acompanhe as novas tendências do setor
Contando com centenas de engenheiros dedicados ao aftermarket e plantas inteiras que produzem peças somente para o mercado de reposição, a Valeo trabalha com o conceito de produtos com qualidade original, porém adaptados para facilitar a vida do varejista, reparador e usuário final. Nesta entrevista, Fernando Ribeiro, diretor geral da Valeo Service na América do Sul, fala sobre as soluções que empresa oferece e comenta conjuntura e tendências de mercado.
NV – Quais são as inovações tecnológicas aplicadas aos produtos da Valeo?
FR – Entre as inovações mais recentes, com exclusividade, destacamos a chapa única para disco de embreagem que, por não possuir emendas, torna o produto mais leve e minimiza o risco de ruptura do disco e quebra do componente, comparando com os discos que utilizam chapas emendadas por rebite. Outra inovação em embreagem, agora dedicada à linha pesada, é o disco com tecnologia “StealBack”, um revestimento colado em uma chapa, proporcionando 17% a mais em espessura comparado a um revestimento rebitado e até 40% melhor em performance. Na linha de palhetas, destacamos a Evollution, com a tecnologia Pyramid, patenteada pela Valeo em todo o mundo, que garante limpeza otimizada, maior durabilidade, fácil instalação e adaptabilidade aos diversos tipos de curvatura de para-brisas. A linha Evollution foi projetada e desenvolvida levando em consideração a diversidade da nossa região. Unimos os três primordiais pontos de eficiência que uma palheta deve proporcionar: limpeza, durabilidade e fácil manuseio.
NV – Que avaliação faz do atual momento do mercado de reposição?
FR – O mercado de reposição passa por um momento interessante. Ao mesmo tempo em que nos beneficiamos do fato de os veículos em uso no parque circulante estarem rodando mais quilometragem que o normal em tempos de economia aquecida, vemos a queda no poder aquisitivo dando espaço à aplicação de peças de origem duvidosa ou de qualidade não assegurada. De qualquer maneira, acreditamos que esse é um bom momento para o aftermarket. O mercado está muito mais preparado para atender as demandas de um consumidor ainda mais exigente que, à medida que a economia volte a aquecer, exigirá a aplicação de peças com o padrão de qualidade daquelas oferecidas pela Valeo, preservando aquilo que para ele é o mais importante, performance e segurança. A maturidade do mercado de reposição do Brasil não está nada aquém do que vemos em países da Europa.
NV – Uma das tendências para mercado de reposição é o comércio eletrônico de autopeças. Essa solução é viável para a reposição?
FR – A Valeo acredita muito em qualquer iniciativa que esteja alinhada com as mudanças comportamentais de consumo. O comércio eletrônico é uma tendência do aftermarket. Entendemos que esse canal pode ser uma ótima maneira de ampliar a atuação do mercado de reposição, atingindo públicos remotos e facilitando o acesso a produtos mais difíceis de serem encontrados. Outro benefício é a importante coleta de informação que esse modelo gera. Através da venda eletrônica fica mais fácil identificar demandas e oferecer ao mercado exatamente aquilo que ele precisa, respeitando as características regionais de parque circulante e comportamento de consumo. Para clientes que já estão implementando esse tipo de negócio, a Valeo oferece todo o suporte necessário, fornecendo conteúdo sobre seus produtos e uma base de dados alinhada com as suas necessidades.
NV – Quais são as ferramentas e ações que a empresa desenvolve para se aproximar do varejo e contribuir com a evolução deste segmento?
FR – Neste ano, planejamos um calendário de eventos de relacionamento especialmente para esse público estratégico, são encontros que têm como objetivo levar informações sobre produtos e sobre a própria marca Valeo. Até agora, já reunimos cerca de 460 profissionais em São Paulo, Recife e Rio de Janeiro pretendemos realizar novas edições em Belo Horizonte e outra em São Paulo até o final do ano. Além disso, reforçamos nossa equipe de promotores técnicos, que estão prontos para atender demandas as demandas na ponta. Isso faz parte de uma grande estrutura que chamamos de “Tech Care”, com suporte físico no campo, canais de comunicação, uma linha dedicada de contato para tirar dúvidas – o 0800 da Valeo Service –, treinamentos, catálogos, manuais de aplicação, dicas de diagnóstico etc.
NV – Que sugestão você daria para o fortalecimento do varejo de autopeças?
FR – O varejo deve estar atento às transformações de comportamento de consumo. O mundo está mudando muito rápido e certamente nosso modelo de negócio também mudará. Difícil prever quem ou o quê será o Uber, Spotify ou Netflix do mercado de reposição automotivo, mas certamente teremos algo acontecendo. O varejo, e todos nós na cadeia, devemos estar muito atentos, preparados para rápidas adaptações, abrindo mão de antigos modelos e inovando cada vez mais. Dessa vez não só em produtos, mas sim na maneira como fazemos negócios. O consumidor é quem nos dirá o que espera e o que irá escolher. Cabe a nós desenvolver ferramentas que nos ajudem a captar essa demanda e traduzir isso em soluções. Mais do que nunca, os tempos à frente exigirão de todos foco maior no nível de serviço prestado. Os bons se destacarão por oferecer o melhor serviço.