Pequenos negócios terão acesso a R$ 8,2 bi em crédito orientado -

Pequenos negócios terão acesso a R$ 8,2 bi em crédito orientado

Agência Sebrae de Notícias

Sebrae e Banco do Brasil assinaram parceria com o objetivo de simplificar a gestão de micro e pequenas empresas (MPE) e orientar financiamento a empresários. Pelo convênio, que integra o programa “Empreender Mais Simples: menos burocracia, mais crédito”, donos de pequenos negócios, que somam 98,5% das empresas do país, terão à disposição um total de R$ 8,2 bilhões – cerca de R$ 1,2 bilhão por meio da linha Proger Urbano Capital de Giro, com recursos do Fundo do Amparo ao Trabalhador (FAT), e R$ 7 bilhões da linha BNDES Capital de Giro Progeren.

A parceria prevê soluções de financiamentos por parte do Banco do Brasil, com orientação e acompanhamento, antes e depois da concessão de crédito, por consultores do Sebrae em todo o país, visando ao uso consciente dos recursos e à melhoria da gestão financeira das empresas, com redução de riscos de inadimplência. Com isso, as MPE terão acesso a capital de giro com menor custo, de forma mais ágil, a partir de fluxo diferenciado de análise e concessão de crédito no Banco.

A estimativa é que, após a primeira fase, em fevereiro, já a partir de março o convênio estará em plena operação, com 500 agentes do Sebrae em todo o Brasil.

Os empresários contam também com o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), pelo qual as empresas com faturamento bruto anual de até R$ 3,6 milhões podem garantir até 80% das operações. Por meio do Fampe, o Sebrae pode ser avalista complementar de financiamentos para pequenos negócios.

Na prática, pelo Proger Urbano Capital de Giro, o empreendedor poderá financiar com contratação simplificada, prazo de pagamento de até 48 meses, isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e taxas de juros a partir de 1,56% ao mês, com carência de até 12 meses para pagamento da primeira parcela do valor principal. Em contrapartida, a empresa deverá manter emprego e renda até um ano depois da operação e, se tiver acima de dez empregados, precisará contratar um jovem aprendiz até seis meses após a operação.

Pelo BNDES Capital de Giro Progeren, as MPE poderão financiar com prazo de até 60 meses, carência de até 12 meses e encargos totais a partir de 1,63% ao mês.

Pesquisa do Sebrae mostra que instituições financeiras não são a primeira opção de micro e pequenos empreendedores quando se trata de crédito. Apesar do custo menor, a dificuldade de gestão é apontada como um impeditivo. Em 2016, 83% dos empresários do segmento não procuraram os bancos e 52% preferiram negociar com seus próprios fornecedores, mesmo pagando juros mais altos.

BNDES adota critérios da Lei Geral para micro e pequenas empresas

O BNDES fez em 30 de janeiro uma série de mudanças em suas políticas operacionais. Uma das alterações mais importantes diz respeito à adoção do critério de classificação dos pequenos negócios de acordo com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa – isto é, faturamento de até R$ 360 mil por ano para as micro e de até R$ 3,6 milhões para as pequenas empresas. No momento, a instituição considera pequenas empresas aquelas que faturam anualmente até R$ 16 milhões.

O banco está, desde dezembro, estruturando medidas com o objetivo de se tornar mais acessível às micro e pequenas empresas. A tendência é que esses novos parâmetros gerem um efeito positivo no volume de crédito ofertado pelo sistema bancário, o qual, efetivamente, opera as linhas de crédito oferecidas pelo BNDES. A simplificação do portfólio de produtos e programas como o Finame e o BNDES Automático é outra mudança que o banco está realizando para facilitar os financiamentos para as MPE. Com menos itens, o objetivo é tornar as linhas do BNDES mais atraentes para instituições financeiras e empresários.

Completam as medidas anunciadas pelo banco a redução de 30 para dois dias no prazo de análise e concessão de crédito e a ampliação de R$ 1 milhão para R$ 2 milhões no limite do Cartão BNDES, usado para financiar máquinas e equipamentos. As instituições financeiras têm prazo de 90 dias para se adaptarem. “O Sebrae espera que essas iniciativas gerem um efeito positivo nas instituições que operam com recursos oriundos do BNDES, tornando-os mais acessíveis aos pequenos negócios”, afirma o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.


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