Produção e emprego da indústria de MG seguem em recuperação em agosto -

Produção e emprego da indústria de MG seguem em recuperação em agosto

A utilização da capacidade instalada ficou abaixo da usual para o mês, corroborando a ociosidade da indústria, mas ultrapassou o valor apurado em fevereiro, antes dos efeitos econômicos da pandemia de Covid-19.
De FIEMG

A Sondagem Industrial revelou avanços da produção e do emprego em agosto. A produção cresceu pela terceira vez sucessiva, após seis meses registrando queda, e o número de empregados aumentou pela segunda vez consecutiva, depois de quatro meses em retração. Os níveis de estoques recuaram pelo quarto mês seguido, e as empresas encerraram agosto com os estoques inferiores ao planejado, sinalizando que a demanda foi acima da esperada. A utilização da capacidade instalada ficou abaixo da usual para o mês, corroborando a ociosidade da indústria, mas ultrapassou o valor apurado em fevereiro, antes dos efeitos econômicos da pandemia de Covid-19.

As expectativas dos empresários revelaram um otimismo ainda maior com relação à demanda, à compra de matérias-primas e ao emprego nos próximos seis meses, em linha com a retomada da atividade econômica, que vem surpreendendo positivamente nos últimos meses. Adicionalmente, vale ressaltar que o segundo semestre é, tradicionalmente, mais aquecido para o setor industrial, devido ao período de final de ano. O índice que mede as intenções de investimento aumentou pela quinta vez seguida, continuando sua trajetória de recuperação após a expressiva queda ocorrida em abril, mês no qual as medidas de distanciamento social foram mais rígidas.

DESEMPENHO DA INDÚSTRIA

O índice de evolução da produção mostrou avanço da produção pelo terceiro mês seguido, ao permanecer acima de 50 pontos. O indicador registrou 57,6 pontos em agosto, recuo de 2,1 pontos em relação a julho (59,7 pontos). Na comparação com agosto de 2019 (50,7 pontos), o índice cresceu 6,9 pontos.

O indicador de evolução do número de empregados apontou elevação do emprego pela segunda vez seguida: o índice marcou 56,6 pontos em agosto, representando um crescimento mensal de 5,1 pontos em relação a julho (51,5 pontos). O indicador também aumentou frente a agosto de 2019 (48,4 pontos), em 8,2 pontos.

UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA EM RELAÇÃO À USUAL

O índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual marcou 48,3 pontos em agosto e ultrapassou o valor apurado em fevereiro (45,4 pontos), antes dos efeitos econômicos da pandemia. O resultado seguiu inferior aos 50 pontos, mostrando que a indústria operou com capacidade de produção abaixo da usual para o mês. Em relação a julho (45,4 pontos), o indicador cresceu 2,9 pontos e, na comparação com agosto de 2019 (43,3 pontos), avançou 5,0 pontos.

ESTOQUES

Os estoques de produtos finais das indústrias diminuíram pelo quarto mês seguido, conforme mostra o índice de 46,2 pontos em agosto. O nível de estoques efetivo em relação ao planejado registrou 46,6 pontos, ou seja, o patamar atual ficou abaixo do planejado para o mês.

EXPECTATIVAS DA INDÚSTRIA

Os índices de expectativa informam as perspectivas dos empresários com relação à evolução da demanda, da compra de matéria-prima e do emprego para os próximos seis meses. Valores acima de 50 pontos indicam expectativas de crescimento.

O indicador de expectativa da demanda marcou 62,2 pontos em setembro, avanço de 1,3 ponto frente a agosto (60,9 pontos). O índice – que alcançou patamar superior a 50 pontos pela terceira vez seguida – sinalizou que os empresários esperam aumento da demanda nos próximos seis meses. Na comparação com setembro de 2019 (57,6 pontos), o indicador registrou crescimento de 4,6 pontos, e foi o mais elevado para o mês desde o início da série histórica mensal, em 2010.

O índice de compras de matérias-primas cresceu 1,7 ponto na passagem de agosto (57,7 pontos) para setembro (59,4 pontos). Ao ficar acima da linha de 50 pontos, mostrou expectativa de avanço no curto prazo. O indicador aumentou 4,5 pontos frente a setembro de 2019 (54,9 pontos) e foi o maior para o mês desde o início da série histórica.

O índice de expectativa do número de empregados registrou 54,7 pontos em setembro, aumento de 0,6 ponto em relação a agosto (54,1 pontos). O indicador ficou acima dos 50 pontos pelo terceiro mês consecutivo, mostrando perspectiva de crescimento do emprego. O índice avançou 4,5 pontos na comparação com setembro de 2019 (50,2 pontos) e foi o mais elevado para o mês da série histórica.

INTENÇÃO DE INVESTIMENTO

O índice de intenção de investimento avançou pelo quinto mês seguido e marcou 56,7 pontos em setembro, aumento de 1,9 ponto frente a agosto (54,8 pontos). O crescimento registrado de maio a setembro, contudo, não foi suficiente para reverter a queda de 25,5 pontos ocorrida em abril. Frente a setembro de 2019 (56,5 pontos), o indicador aumentou pouco, em 0,2 ponto.


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