Ranieri Leitão responde perguntas de balconistas -

Ranieri Leitão responde perguntas de balconistas

Formas de aumentar a competitividade dos varejos dentro da cadeia e necessidade de preparação para o futuro são temas de preocupação dos vendedores

 

Por Lucas Torres ([email protected])

 Ter uma visão macro do setor, para além das atividades cotidianas do balcão, é cada vez mais um fator de diferenciação entre os balconistas do varejo de reposição automotiva.

A fim de mostrar a percepção desses profissionais nessa direção, o Novo Varejo abriu espaço para que eles questionassem o presidente do Sincopeças Brasil, Ranieri Leitão, sobre temas que consideram importantes para o desenvolvimento do setor e da atividade seja no curto, no médio ou no longo prazo.

Os balconistas Luiz Cardoso, funcionário da Braskape de São Paulo (SP), e Márcio Girardi, da Ramos & Copini filial Santo Ângelo (RS), mostraram repertório ao abordarem a necessidade de aumento da competitividade do varejo dentro da própria cadeia da reposição e a preparação para a evolução tecnológica dos automóveis, respectivamente.

Veja o que eles perguntaram e a visão de Ranieri Leitão sobre os assuntos abordados pelos profissionais que estão, nesta edição, representando os grandes homenageados do mês, os balconistas de autopeças.

Luiz Cardoso – Braskape, de São Paulo (SP)

Existe alguma maneira de fazer um esforço conjunto com as autorizadas a fim de abrir um desconto maior para as autopeças a fim de que possamos revender para o mecânico depois com alguma vantagem competitiva? Pois o mesmo desconto que eles fornecem para o varejo acabam oferecendo para os chamados ‘centros automotivos’, que são mecânicos.

Ranieri Leitão – A questão é que muitas oficinas e centros automotivos compram muito mais das concessionárias do que algumas lojas. Então, na verdade, as concessionárias acabam não fazendo distinção alguma loja de varejo com a loja do centro automotivo.

Na verdade, as concessionárias, em muitos casos, dão preferência às vendas ao centro automotivo do que ao varejo, o que é um grande problema.

Eu, pessoalmente, acredito que você tem toda a razão, Luiz. O varejo merece um desconto extra por ainda ser o principal ponto de contato entre toda a cadeia de reposição e o consumidor final, mas nas vezes em que me reuni com os representantes das concessionárias percebi que eles não enxergam desse jeito.

O que eu posso te dizer é que eu vou continuar tentando e me reunirei com elas mais uma vez em breve. No entanto, não posso garantir que terei resultado positivo.

Márcio Girardi – Autopeças Ramos & Copini, filial de Santo Ângelo (RS)

 Ouve-se que em torno de 25 a 30 anos os veículos serão todos elétricos, alguns países já estão, inclusive, optando por esse tipo de propulsão. O setor de autopeças está preparado para essa mudança em longo prazo?

Ranieri Leitão – Na minha visão nem o setor de autopeças, nem o setor de reparação automotiva está preparado. Nós acreditamos, porém, que o Rota 2030 ajudará muito a traçar o perfil desse futuro.

No momento não estamos preparados e vai demorar para nos prepararmos para essa mudança e acredito que ainda vai levar cerca de cinco anos para que comecemos, enquanto coletividade, a entrar em estado de alerta para iniciar esse processo.


Notícias Relacionadas