Adoção da IA surge como resposta a um cenário em que o exagero comunicacional fez com que a relação entre empresa e consumidor se tornasse ruidosa e ineficiente
Por Lucas Torres ([email protected])
A utilização da tecnologia de Inteligência Artificial (IA) e o aprendizado de máquina – ou machine learning, que é a capacidade das máquinas aprenderem sozinhas a partir de grandes volumes de dados – já é realidade para os líderes do grande varejo nacional. Tal cenário, ainda restrito, não demorará, no entanto, para se expandir e se tornar popular nos mais diferentes nichos e tamanhos de negócios.
De acordo com o Instituto IDC – especializado em inteligência de mercado e consultoria nas indústrias de tecnologia da informação, telecomunicações e mercados de consumo em massa de tecnologia – até o final deste ano cerca de 75% das empresas terão incluído funcionalidades de IA ou Machine Learning.
Para o COO da Propz – empresa especializada em inteligência analítica e rentabilidade para o varejo –, Israel Nacaxe, a adoção dessas tecnologias surge como resposta a um cenário em que o exagero comunicacional fez com que a relação entre empresa e consumidor se tornasse ruidosa e ineficiente. Segundo o executivo, esse ambiente de confusão e demasiada concorrência faz com que somente computadores “treinados” possam entender o valor de cada cliente na base de dados, seu padrão de comportamento e o melhor canal de comunicação a ser utilizado – bem como o momento certo da ativação.
“Para aumentar as vendas, nossos modelos segmentam os consumidores em função de seu relacionamento com o varejista (RFV – Recência, Frequência e Valor) combinado com a sua missão primária de compra (ou a composição de categorias nos carrinhos de compra); a partir daí, algoritmos de Inteligência Artificial identificam as melhores oportunidades de rentabilização do negócio e alocam as ofertas e alavancas promocionais corretas para cada cliente”, analisa o especialista.
Tal como apontado no início do texto, esta nova era tecnológica do varejo, hoje restrita às grandes empresas, está pronta para viralizar e chegar às mãos dos pequenos e médios empresários. A cada dia que passa, softwares de inteligência analítica – outrora dotados de demasiada complexidade – estão se tornando melhores e mais eficientes, alcançando a necessária escalabilidade e eficiência de custos para que possa se popularizar.
Ainda assim, o preço inicial de implementação da IA pode assustar a princípio – sobretudo quando a relação custo-benefício não é analisada de forma detalhada. “A experiência atual demonstra rentabilidade incremental na casa dos 4% do faturamento de nossos clientes. Algumas campanhas chegam a trazer R$ 10 por SMS, por exemplo. Estes resultados viabilizam o investimento”, responde Israel Necaxe.
