Registros de inadimplentes crescem 1,4% em fevereiro -

Registros de inadimplentes crescem 1,4% em fevereiro

Com o resultado, o indicador acumula alta de 4,7% em 12 meses. Preços de alimentos e combustíveis pressionam o orçamento das famílias

Diário do Comércio

Os registros de inadimplentes na base de dados da Boa Vista aumentaram 1,4% em fevereiro, na comparação com janeiro. A expectativa do birô de crédito é de que o indicador continue em um ritmo de forte aceleração ao longo do primeiro semestre.

Segundo a Boa Vista, a inflação continua pesando sobre o orçamento das famílias. “Nos próximos meses isso tende a ganhar ainda mais relevância devido aos prováveis efeitos inflacionários sobre alimentos e combustíveis decorrentes do conflito no Leste europeu entre Rússia e Ucrânia. Isso pode, inclusive, pressionar os juros ainda mais para cima”, diz a empresa.

A elevação da inadimplência em fevereiro veio após recuo de 0,7% em janeiro, na comparação com dezembro de 2021. Na comparação interanual o avanço foi mais expressivo, de 24,1%, e o resultado acumulado em 12 meses, que encerrou o ano passado apontando queda de 4,3%, cruzou a linha e agora registra alta de 4,7%.

“Desde abril de 2020 não se via a curva de longo prazo do indicador no campo positivo, quando do início da pandemia seguido das postergações e dos auxílios do governo que contribuíram, na época, para reduzir a taxa de inadimplência das famílias apurada pelo Banco Central. Agora, o cenário é outro e a curva tende a se manter neste campo por um bom tempo”, informa a Boa Vista.

RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO

Já o Indicador de Recuperação de Crédito avançou 3,5% na comparação mensal. Na análise acumulada em 12 meses, o crescimento do indicador passou de 4,1% em janeiro para 5,1% no resultado de fevereiro, contando com a elevação mais expressiva de 17,2% em fevereiro na comparação interanual.

“Assim como foi observado no mês de janeiro, parte dessa recuperação também se deve ao aumento no fluxo de inadimplentes. Naturalmente, as famílias buscam renegociar seus débitos vencidos para se manterem livres de restrições no mercado de crédito, ainda mais num momento economicamente delicado e incerto. Se antes o cenário já era assim, em nada ele melhorou nos últimos dias”, informou o birô de crédito.   


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