Relevância extrema quase irrelevante -

Relevância extrema quase irrelevante

Não podemos continuar aceitando como natural um setor econômico tão relevante, como o Aftermarket Automotivo, ser tratado com tamanha irrelevância.
aftermarket automotivo
Crédito: Shutterstock

A 16ª edição da Automec mostrou mais uma vez a força e o tamanho do Aftermarket Automotivo. Isso tem acontecido sistematicamente a cada feira. A régua vem subindo e os organizadores, expositores, parceiros e o próprio público têm acompanhado com brilhantismo este crescimento. O nível é muito alto e vai continuar se elevando. OK, isso é muito bom. Neste Novo Varejo Automotivo trazemos uma ampla cobertura da Automec 2025, o grande encontro do mercado. Mas, trazemos também uma questão fundamental e nada positiva que se confirmou no evento. E é muito importante que o assunto – que não é exatamente novidade – seja tratado neste espaço e ganhe corpo para que a solução seja encontrada o quanto antes – embora, que fique claro, não virá de um dia para outro.

Estamos falando da baixíssima representatividade do Aftermarket Automotivo brasileiro, que começou a transparecer já na cerimônia de inauguração da feira, quando ficou claro que o Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, tem pouco ou quase nenhum entendi – mento sobre as duas pautas mais urgentes do nosso mercado: a inspeção veicular e o direito de reparar. Na verdade, como bom político que é, o Vice-presidente se preparou para discursar sobre ações do Governo Federal per – tinentes ao setor automotivo, não necessariamente ao mer – cado de reposição. Só que no palco também estava, na figura do próprio Alckmin, o Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, pasta que, como o próprio nome descreve, contempla todos os elos do nosso trade. Considerando que

o aftermarket deve movimentar neste ano mais de 100 bilhões de reais, a pouca atenção recebida dos círculos políticos de poder não se justifica. Na abertura do 1º Congresso da Aliança Aftermarket Automotivo, o presidente da ANDAP, Rodrigo Carneiro, verbalizou este paradoxo inquietante: “o aftermarket brasileiro é o quarto maior mercado de reposição do mundo, responsável por manter 63% da frota do modal rodoviário nacional em circulação — e, ainda assim, segue com baixa representatividade política no país”. O resultado é o travamento das pautas do Afermarket Automotivo nas esferas de poder. Embora tenham recebido grande projeção e muita visibilidade ao longo da Automec, tanto inspeção técnica e/ou ambiental quanto o direito de reparar (Right to Repair) estão estagnados. O mercado independente não tem força para enfrentar interesses em contrário defendidos por lobbies extremamente sólidos – e é sempre bom lembrar que lobby, quando segue as regras do jogo, é absolutamente legítimo. A questão é muito complexa.

O mercado parece estar começando a se mobilizar a fim de eleger em 2026 um representante – deputado federal – no Congresso. Seria um primeiro passo muito importante. Mas apenas a ponta do iceberg na busca por soluções. Afinal, uma voz em meio a 513 não faz eco. O desafio é imenso e a organização em torno da Aliança Aftermarket se torna cada vez mais importante. Não podemos continuar aceitando como natural um setor econômico tão relevante ser tratado com tamanha irrelevância.

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