Remanufatura de autopeças é alternativa viável e complementar às opções tradicionais -

Remanufatura de autopeças é alternativa viável e complementar às opções tradicionais

A fim de apurar a visão do varejo sobre a tendência de crescimento do uso de produtos reciclados e remanufaturados no Aftermarket Automotivo, conversamos com Ranieri Leitão, presidente do Sincopeças

Novo Varejo – O MDIC e o Governo Federal já se posicionaram claramente sobre o incentivo a um melhor aproveitamento das autopeças usadas e remanufaturadas ou você aferiu isso a partir do tema mais amplo da ‘reciclabilidade’ incluso no Mover?

Ranieri Leitão – O setor automotivo tem passado por um momento de forte transformação, impulsionado pela agenda da mobilidade sustentável e pela necessidade de práticas mais eficientes na gestão dos veículos ao longo de seu ciclo de vida. O conceito de reciclabilidade, presente no Programa Mover, reforça a preocupação com a economia circular no setor, promovendo o reaproveitamento de materiais e a busca por soluções mais sustentáveis. No entanto, ainda não há uma diretriz específica que trate exclusivamente do incentivo ao uso de autopeças usadas e remanufaturadas. O mercado segue atento a essas discussões e à evolução das políticas governamentais para garantir que o setor de reposição esteja alinhado às novas exigências e oportunidades.

Novo Varejo – Como o varejo de autopeças e o aftermarket em geral enxergam a possibilidade de termos uma maior circulação de autopeças recicladas e remanufaturadas no mercado de reposição?

Ranieri Leitão – O aftermarket sempre se adapta às necessidades dos consumidores e às transformações tecnológicas. O crescimento da frota circulante e o aumento na demanda por soluções de manutenção eficientes tornam a remanufatura uma alternativa viável e complementar às opções tradicionais. O varejo de autopeças e o aftermarket reconhecem a importância da remanufatura para oferecer produtos acessíveis e sustentáveis, desde que haja garantia de qualidade e rastreabilidade. O setor entende que esse movimento pode contribuir para ampliar a oferta de peças no mercado, mas requer regulamentação clara e critérios bem definidos para assegurar a confiabilidade das peças remanufaturadas.

Novo Varejo – Caso esse incentivo se confirme na prática, como as lojas e os distribuidores de autopeças tradicionais pensam em lidar com essa concorrência? Elas poderiam, por exemplo, passar a comercializar peças desta natureza também?

Ranieri Leitão – Nosso mercado é dinâmico e acompanha as mudanças no perfil de consumo. Se houver incentivo e regulamentação adequados, as empresas do setor podem avaliar a comercialização de autopeças remanufaturadas como uma alternativa complementar ao portfólio atual. A decisão de incorporar esses produtos dependerá da viabilidade técnica, da aceitação do consumidor e das garantias oferecidas pelas fabricantes de peças remanufaturadas. O mais importante é que qualquer evolução nesse sentido mantenha o compromisso com a segurança e a qualidade dos produtos disponíveis no mercado.

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