Seu carro subiu no telhado -

Seu carro subiu no telhado

Ninguém duvida que os carros elétricos serão a linha de frente na mobilidade das próximas décadas.

Uma das notícias mais importantes para o setor automotivo neste mês de junho talvez não tenha recebido a atenção merecida. Vamos, então, repercuti-la aqui neste nosso espaço opinativo. Em sessão plenária realizada na cidade de Estrasburgo, na França, o Parlamento Europeu simplesmente aprovou o fim das vendas de carros novos a gasolina, diesel e híbridos a partir de 2035. Foram 339 votos dos eurodeputados a favor, 249 contra e 24 abstenções.

É verdade que a medida ainda terá de ser analisada pelos países membros. Mas, a se confirmar a proposta apresentada pela Comissão Europeia com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aquecimento global, teremos então martelado o último prego no caixão dos carros que dominaram ruas e estradas do mundo inteiro em mais de 130 anos.

Ninguém duvida que os carros elétricos serão a linha de frente na mobilidade das próximas décadas. Não é de agora que as montadoras vêm anunciando o fim do desenvolvimento de novos motores a combustão interna. No entanto, há quem entenda que um meio termo poderia vir a representar o melhor caminho para endereçar essa transição tão disruptiva: a adoção da propulsão híbrida. Agora, com o encaminhamento dado pelo Parlamento Europeu, essa alternativa desaparece do radar, porque os veículos híbridos – que contam também com motor a combustão – receberão o cartão vermelho junto com seus pares a diesel e gasolina. A decisão – extremamente radical, mas ainda não sacramentada – fecha definitivamente o cerco aos combustíveis fósseis, considerados hoje vilões do meio ambiente, apesar dos notáveis avanços tecnológicos para redução das emissões de poluentes ao longo das últimas décadas.

E como gosta de dizer nosso amigo Marcelo Gabriel – head do after. lab, a empresa de inteligência de mercado e pesquisa do aftermarket automotivo – existe também uma crescente necessidade de livrar o mundo civilizado da dependência do petróleo produzido por nações imprevisíveis e pouco afeitas à democracia, como Venezuela, países árabes e a Rússia – desde fevereiro a Europa vem se virando nos 30 para não colapsar com bloqueios capazes de secar o fornecimento do petróleo vindo da terra do lunático Vladimir Putin. O passo gigantesco prestes a ser dado pelo chamado velho mundo refletirá no mundo todo. A China já está avançada na eletrificação da frota e os Estados Unidos não ficarão para trás.

Resta aguardar o rumo a ser seguido pelo Brasil. Aqui, graças ao etanol, temos uma solução própria para atender as crescentes demandas de proteção ao meio ambiente. Mas, ao que tudo indica, parece que não haverá perdão à sentença de morte dos motores a combustão, os mesmos que se abastecem do etanol. E, no mundo globalizado em que vivemos, seria inconcebível nos tornarmos uma ilha movida pela recauchutagem de uma tecnologia que a cada dia está mais perto de existir apenas nos livros de História.


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