Se executivos ligados à indústria de autopeças têm demonstrado otimismo para 2022, a despeito dos desafios do país, o varejo, um setor do aftermarket mais próximo da ponta da cadeia, não fica para trás. Em reflexão exclusiva para o Novo Varejo, o presidente do Sincopeças Brasil, Ranieri Leitão, mostrou plena confiança na resiliência dessas empresas, das quais classificou suas lideranças como ‘alegres, contentes e felizes’ nesta reta final de 2021. Para o dirigente da principal entidade nacional de representação do varejo de autopeças, o empresariado da reposição já aprendeu a navegar em um ambiente que ainda convive com a escassez de produtos e sofre com a alta pressão inflacionária ao usar, para tal, a combinação de melhoria dos processos de gestão e a melhor qualificação de sua mão de obra. Leia a íntegra do artigo de Ranieri Leitão. “Para mim, 2021 foi um ano bem produtivo. Apesar dos percalços que aconteceram no início do ano, com lockdowns, o setor se comportou muito bem. Permanecemos, em quase todo Brasil, como setor essencial, o que foi importante. A pandemia, inegavelmente, afetou os negócios, mas, ainda assim, tivemos uma recuperação muito boa. Sofremos, como todos, com a alta da inflação.
Convivemos com muitos aumentos, mas, de maneira geral, ganhamos acima da inflação. Estamos terminando o ano bem, na medida do possível. Digo isso reconhecendo que, de 20 dias para cá, nós sofremos com uma pequena retração nos negócios. Mas nada que eu considere preocupante. Essas retrações foram efeitos naturais, de novo, da alta da inflação e da diminuição da renda das pessoas. A despeito disso, porém, estamos terminando 2021 de uma forma satisfatória e eu percebo a alegria, o contentamento e a felicidade dos empresários do nosso setor em geral – com destaque para o elo da reparação automotiva. Os distribuidores também estão bem. Bastante atuantes!
É importante colocar que, desde a chegada da pandemia, a falta de mercadoria tem sido um impedimento para um crescimento mais acelerado. Mas, ainda assim, comercialmente falando, eu me dou por satisfeito com o ano de 2021. Para 2022, esperamos que até abril ou maio nós possamos regularizar a escassez de produtos com a qual estamos convivendo. Essa visão positiva, porém, não me faz ignorar o fato de que precisamos ser muito cautelosos em 2022, já que é um ano político. Um ano que tende a ser difícil.
Mas, no fim das contas, eu não tenho dúvidas que a gente vai se sair bem também em 2022. Acredito muito no nosso setor, na força do trabalho do nosso povo! Vejo como o varejo e os distribuidores, junto dos reparadores de oficinas e centros automotivos, estão se empenhando para poder evoluir na gestão das empresas, qualificar os nossos profissionais a fim de conseguirem bons resultados.
A demanda ainda está reprimida. Temos muita coisa para fazer e muitos clientes para atender no Brasil todo e tenho certeza que vamos ter um ano de 2022 bastante proativo, adotando, é claro, toda a cautela necessária”.
