O Sindipeças, entidade que representa a indústria de autopeças, informou nesta quarta-feira que o maior impacto das enchentes no Rio Grande do Sul nas fábricas do setor aconteceu na região de Porto Alegre, onde muitas linhas estão paradas.
Em Gravataí, poucas fábricas foram afetadas. Embora a General Motors (GM) tenha decidido, como medida de segurança, suspender a produção do Onix até o fim desta semana, a maioria dos fornecedores segue operando em Gravataí, conforme levantamento do Sindipeças.
Nesta quarta, ao participar de entrevista coletiva da Anfavea, a associação das montadoras, o presidente do Sindipeças, Claudio Sahad, disse que, apesar das dificuldades logísticas, existem rotas alternativas que permitem o funcionamento das fábricas de Gravataí. Em Caxias do Sul, onde estão instaladas muitas fábricas de componentes automotivos, as operações não foram afetadas e seguem funcionando regularmente.
O problema mais sério acontece em Porto Alegre, mas acredito que será superado rapidamente. Não acredito que faltarão componentes para as montadoras. Se houver paradas, serão pontuais e rápidas”, declarou Sahad. Ele pontuou que o Rio Grande do Sul, que responde por 12% do faturamento do setor, é um dos maiores polos de produção de peças do País.
Apesar do comentário, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, relatou que existe preocupação das montadoras sobre a possibilidade de faltar peças, o que levaria a paradas de produção, assim como a respeito do impacto no mercado decorrente das perdas na safra agrícola e das dificuldades nas exportações automóveis e importações de peças que dependem da infraestrutura de portos e rodovias do Rio Grande do Sul.
Segundo o Sindipeças, o Rio Grande do Sul representou 12% do faturamento do setor em 2023, que totalizou R$ 12,8 bilhões. O Estado também responde por 11% das exportações de peças e 8,1% dos empregos do setor.