Sites de e-commerce crescem, mas vivem pouco -

Sites de e-commerce crescem, mas vivem pouco

O mercado de comércio eletrônico no Brasil é composto hoje por cerca de 590 mil lojas online. Este número revela um crescimento de 31% na comparação com o ano de 2015. Os dados estão no levantamento Tendências do E-Commerce Brasileiro 2017, realizado pela BigData Corp a partir da captura de informações em mais de 20 milhões de endereços brasileiros na internet.

Que a modalidade de comércio no ambiente digital está em expansão ninguém discute. A novidade, revelada pelo estudo, é o curto período de vida útil dessas operações. Efêmeros, os sites de vendas duram, em média, apenas 185 dias. Porém, ao contrário do que pode parecer a princípio, o dado tem um viés favorável. “A vida útil dos sites de e-commerce no país tem crescido nos últimos anos, o que indica que o mercado online brasileiro está amadurecendo. Em 2015, a duração média era de apenas 94 dias, ou seja, perto da metade do tempo de vida de uma loja online hoje”, comenta Thoran Rodrigues, CEO da BigData Corp.Segundo o levantamento, o mercado brasileiro na internet é o maior da América Latina, com quase 10 vezes mais e-commerces que o segundo colocado, o México. De um total de cerca de 750 mil lojas online na região, o Brasil tem 75%, contra 8,5% do México. Em seguida, aparecem Colômbia, Argentina, Chile e Peru, todos com 5% ou menos do total de endereços comerciais online.Amadurecimento trará longevidade às lojas online

 Na avaliação do especialista Thoran Rodrigues, a vida efêmera dos sites de e-commerce no país está relacionada à facilidade para se abrir um negócio na internet e ao empreendedorismo típico dos brasileiros. Os grandes e-commerces como Mercado Livre ou OLX já somam 17,3 milhões de vendedores avulsos, alguns se dedicando a vendas de oportunidades, cujos estoques acabam em poucas semanas, o que colabora para que a média de vida útil dos negócios online no Brasil seja mais baixa. “A verdade é que a barreira de entrada dos negócios na Internet é baixa, em comparação com a complexidade de se abrir um negócio tradicional. Isso estimula a entrada, mas também contribui para uma vida útil menor”, diz.Em parte, a facilidade de entrada deve-se às inúmeras plataformas gratuitas de e-commerce, as quais não exigem pagamento para quem quer estrear na web. “Também não é preciso pagar a boa parte das soluções de integração dessas lojas online com meios de pagamentos eletrônicos. Em resumo, por ser tudo tão simples, basta ter um site e sair vendendo, o que não ocorre no varejo brick-and-mortar, ou seja, nas lojas de rua, feitas de alvenaria”.

Ainda que a mortalidade venha se reduzindo ano após ano, o especialista avalia que o índice permanece alto, mas tende a cair com o amadurecimento das iniciativas. “Em 2017, quem abre o seu e-commerce tem maior preparação e o faz com um planejamento maior, construindo sites mais estruturados do que o que encontrávamos há apenas dois anos”, avalia o executivo. “No entanto”, ressalta Rodrigues, “a mortalidade das lojas virtuais no País ainda é alta, mesmo que venha caindo: em 2016 era de 20,31% ao ano e em 2017 a estimativa é que seja de 16,87%”.

Crise levou à queda nos índices de visitação

 Outra constatação relevante do estudo divulgado pela BigData Corp é a trajetória de queda na média de visitas aos sites brasileiros de e-commerce. Em meio a um cenário de recessão, as 8,7 mil visitações mensais, registradas em 2015, reduziram-se para as atuais 7 mil. “Temos que relevar os pontos fora da curva. De um lado temos sites de marcas reconhecidas como a Americanas.com, com milhares de visitas por dia; de outro, um endereço em uma plataforma de e-commerce para vender brigadeiros caseiros, com poucas visitas mensais”, pondera Thoran Rodrigues.

Mas, no final das contas, o CEO da BigData Corp entende que a média brasileira de visitação por loja online ainda é baixa. “Se considerarmos que a conversão média de compras está na casa de 1% das visitas, estamos falando que a loja online no país faz perto de 70 vendas no mês. E com um tíquete médio de R$ 403,5 por transação. Com base no 34º Web Shoppers, publicado pelo E-Bit, relativo ao primeiro semestre de 2016, estamos falando de um faturamento online mensal de pouco mais que R$ 28 mil”, calcula.Em seu fechamento, o estudo traz ainda um levantamento dos demais canais online em que é possível realizar transações comerciais. Além dos 590 mil e-commerces – aqui entendidos como qualquer site que permita a realização de uma transação de compra de produtos ou de serviços sem que o cliente precise sair do seu endereço – o Brasil conta também com mais de 40 mil aplicativos de compras, 130 mil aplicativos com funcionalidades de pagamentos (a exemplo de games que permitem a compra de produtos, ou serviços de táxi, que facilitam o pagamento online) e mais de 17,3 milhões de vendedores avulsos no ambiente da web.


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