Tendência mundial, redução da velocidade em vias urbanas não deve impactar manutenção -

Tendência mundial, redução da velocidade em vias urbanas não deve impactar manutenção

A redução da velocidade nas vias urbanas já é uma realidade nas principais capitais do Brasil. Cidades como Porto Alegre, Belo Horizonte, Vitória e São Paulo, por exemplo, já diminuíram os limites para 50 km/h. Como quase todo fato novo, a medida não veio sem antes ser acompanhada por uma boa dose de polêmica.

O que pouca gente sabe, entretanto, é que essas alterações são fruto de recomendação da Organização das Nações Unidas durante a assembleia geral “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”, realizada em 2011. Na ocasião os peritos da ONU recomendaram o limite de até 50 km/h em qualquer via urbana e de 30 km/h em áreas de grande movimentação de pedestres e ciclistas. O curioso é que o relatório final justificou a medida não apenas pela ótica da diminuição de acidentes, mas também pela melhoria do fluxo de automóveis nas cidades.

A resolução impactou não apenas capitais brasileiras, mas também algumas das principais metrópoles do mundo. Em Nova Iorque, por exemplo, o limite de velocidade em 90% das ruas da cidade foi reduzido de 48 para 40 km/h, medida ancorada em um estudo que concluiu que um pedestre tem o dobro de possibilidades de sobrevivência ao ser atropelado por um veículo operando na segunda velocidade ao invés da primeira. Nas grandes avenidas foi fixado o limite de 48 km/h. Já Paris adotou três critérios: nas ruas de duas faixas o limite é de 50 km/h, enquanto nas de faixa única e nas vias de acesso aos aeroportos é de 30 e 70 km/h, respectivamente. Reduções também foram implementadas em Buenos Aires, Barcelona e Londres, sendo que a metrópole inglesa foi a mais radical ao determinar limite de 32 km/h para 30% de todas as vias da cidade.

Desde o início do debate no Brasil, surgiram questões envolvendo possíveis impactos na manutenção dos veículos. Em tese, menor velocidade poderia representar desgaste igualmente menor do veículo. E, como a tendência é global, o Novo Varejo Importados foi buscar respostas.

 

O impacto da diminuição dos limites de velocidade na manutenção do automóvel

Por se tratar de um tema relativamente recente na realidade brasileira, a diminuição dos limites de velocidade tem gerado dúvidas quanto impacto no desgaste das peças dos veículos e, consequentemente, nos serviços de reparo.

Mas os varejos de autopeças e oficinas podem ficar tranquilos. Esta tendência mundial não mudará as demandas por manutenção. De acordo com o engenheiro Francisco Satkunas, conselheiro da SAE Brasil, a redução da velocidade dos veículos no país não resulta em impacto significativo na manutenção dos veículos. Ele destaca que a própria arquitetura das vias induz a uma velocidade natural segura aos condutores, passageiros e terceiros.

Nesse contexto, Satkunas faz apenas uma ressalva – a medida pode diminuir em algum grau o desgaste dos freios dos automóveis.

“Motoristas que estão em velocidade superior à permitida usam mais frequentemente o freio para corrigir, o que obriga o motorista quem vem atrás a reduzir e ficar mais atento. Em outras palavras, velocidades mais baixas ajudam a preservar o sistema de freios, pois dispensam a necessidade de maior intensidade na frenagem do veículo ao se confrontar, por exemplo, com lombadas ou mesmo desviar de buracos, que são os algozes da suspensão”, pontua.

Questionado sobre o maior número de troca de marchas a ser realizado pelo condutor pela impossibilidade de que este aproveite o embalo do veículo em subidas, o engenheiro analisa que o consumo maior nessas subidas deve gerar um gasto maior de combustível dos veículos, sem, no entanto, afetar a vida útil de componentes como a embreagem, por exemplo.

“A troca de marchas e o uso de embreagem em carros com transmissão manual será mais frequente, principalmente nas motorizações de 1 litro, mas nada que afete a vida útil nem tampouco o custo da manutenção”, opina.


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