Estadão Conteúdo
O sindicato United Auto Workers (UAW) iniciou uma greve histórica nesta sexta-feira, 15, contra as três maiores montadoras de veículos do distrito de Detroit, nos Estados Unidos, após o vencimento de seus contratos. Os primeiros protestos começaram em uma fábrica da Ford em Wayne, Michigan, da General Motors em Wentzville, Missouri, e uma fábrica da Stellantis em Toledo.
A greve ocorre em um momento em que o sindicato e as “Três Grandes” continuam distantes em relação a salários, benefícios e escalas de trabalho, após semanas de negociações acirradas. O sindicato está exigindo um aumento salarial de 36% em quatro anos, enquanto as montadoras aumentaram suas ofertas para 17,5% a 20% em quatro anos e meio. O anúncio da greve foi feito oficialmente pelo sindicato em seu perfil oficial no X, antigo Twitter.
O presidente do sindicato, Shawn Fain, classificou essas ofertas como inadequadas após anos de inflação acentuada, lucros corporativos elevados e remuneração de executivos.
“Este é o momento decisivo da nossa geração”, disse Fain em um discurso ao vivo no Facebook para os membros do sindicato na noite de quinta-feira, menos de duas horas antes do prazo final. “O dinheiro está lá. A causa é justa. O mundo está assistindo. E o UAW está pronto para se levantar.”
Fain disse que o sindicato inicialmente interromperia o trabalho em locais específicos de cada empresa, no que ele chamou de “greve permanente”, e ampliaria a ação para outras fábricas se as negociações de contrato não tivessem êxito.
É a primeira vez que o sindicato lança uma greve de qualquer porte em todas as três empresas ao mesmo tempo. A última greve nacional do setor automotivo foi contra a General Motors em 2019.